Julinho Mendes | |
No tradicional Bloco da Caxorrada, como todo mundo sabe, o homem se fantasia de mulher e a mulher de homem. No carnaval de 2011, um personagem de nome Juvenal fantasiou-se de Julieta e foi pular o carnaval. No meio da folia, já sob efeito do mais variado teor etílico, conheceu um “Romeu”, que até então seria uma mulher. Rolando um certo clima romântico, como queijo e goiabada, dançaram, com direito a beijo na boca, todo o desfile do bloco. No fim, ao revelar de suas reais identidades, foi que Juvenal descobriu que o tal Romeu era um traveco de marca maior. Esse foi um fato! Ano depois, véspera de carnaval em que se preparava para mais uma folia, Juvenal sofreu morte súbita. Isso mesmo! Passou mal na quinta-feira, morreu na sexta-feira e no sábado, em marcha fúnebre para o cemitério, um fato inusitado aconteceu: o funeral encontrou com uma folia. Era, na verdade, um improvisado bloco de carnaval que vinha com tudo. Metade de seus integrantes estava bêbada a outra metade “trêbada”; metade batucava samba, metade batucava aché baiano. Cruzaram com o cortejo do defunto Juvenal, aí foi um “balaio de gatos”. Juntou tristeza com batuque de surdão. Largaram o caixão no chão e já ia começar uma discussão e uma provável briga quando, de repente, por força interna, a tampa do caixão se abre e o que era defunto se levanta. Juvenal estava vivo! Cuspindo o algodão que lhe estava enfiado na boca e espanando pétalas de flores que estavam em seu paletó, Juvenal pediu explicações para o que estava acontecendo. Um doutor neurologista que batia surdo na bateria do bloco finalizou a explicação ao Juvenal: - Catalepsia, foi o que aconteceu! E Juvenal está de volta neste carnaval. A história de Juvenal agora é a seguinte: Juvenal é um grande instrumentista, tem seus estudos, dedicação e prática voltados ao instrumento “tuba”. Se inscreveu para um grande festival de instrumento solo no teatro municipal de São Paulo, e assim começou sua dedicação e preparação para se apresentar no dia do evento. Tocava sua tuba, no mínimo 12 horas diárias, intercaladas entre dia e noite... um mês, dois, três, até que sua estimada vizinha não mais aguentou o grave e sonoro som daquele instrumento que ecoava pela vizinhança. De “saco cheio” dona Cleide foi conversar com o músico Juvenal e com muita cordialidade e respeito pediu para o Juvenal parar de tocar aquele instrumento porque ela não estava mais aguentando o som daquela coisa. Pediu uma vez, pediu duas, três, e nada. Juvenal estava determinado a estudar e praticar seu instrumento para se apresentar no grande festival. Duas atitudes dona Cleide teve contra o desrespeito de seu vizinho. Uma foi, durante os ensaios de Juvenal, tampar os ouvidos com algodão e miolo de pão. A outra atitude de dona Cleide foi de apontar o dedo na cara de Juvenal e lhe prometer vingança, uma grande e destruidora vingança. A vingança. Qual seria a vingança que dona Cleide cometeria contra seu vizinho Juvenal? Essa história vai ter fim hoje, quinta-feira, 7 de fevereiro, a partir das 21 horas, na praça da Matriz, durante a primeira eliminatória do VIII Festival de Marchinhas Carnavalesca de Ubatuba, promovida pela Fundart. Venham assistir e prestigiar o nosso festival de marchinhas, é um grande festival que esse ano contará com 40 músicas das mais variadas, histórias e melodias de grandes compositores e interpretes de nossa cidade e de outras regiões. O que acontecerá com “Juvenal e sua tuba”?
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