Alex Frederick | |
Escrevi esta frase numa postagem do Facebook que mostrava uma “loja de roupas” nas areias da praia do Tenório. Ao todo devem ser umas quinze ou mais, ocupando ilegalmente toda a extensão da praia. Uma vergonha. Outra ilegalidade cometida nas praias é o aluguel de sombrinhas gigantes, muitas vezes esfarrapadas, e tendas já previamente armadas nas areias, numa prática de privatizar o espaço público. O turismo de Ubatuba continua a gerar expectativas, subemprego e votos para a classe política, que conivente com este estado das coisas, torna a tão sonhada qualidade no turismo algo cada vez mais distante. O turismo de massa predatório parece ser a grande vocação da cidade. Regulamentação, padronização e fiscalização são conceitos que passam longe das praias de Ubatuba, tornando-as horrorosamente terras de ninguém. O conceito de beleza que deveria ser imperativo em Ubatuba é ignorado e constantemente maltratado nessas terras que já foram de Coaquira e que agora parecem ser de ninguém. Com a economia patinando há anos, Ubatuba parece naufragar diante da falta de recursos públicos e privados, e na sua inabilidade em gerir o turismo como mola propulsora de seu desenvolvimento. Melancolicamente, Ubatuba colhe o que planta, tem o que merece.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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