Julinho Mendes | |
A imagem acima é do bosque existente no trevo de acesso à Taubaté [em Ubatuba, SP]. É um lindo lugar que há tempo falamos aqui que poderia transformar-se num ponto de atração turístico ecológico, cultural; poderíamos ter ali um viveiro de árvores nativas, um orquidário, uma estação para observação de pássaros, exposições de artes etc. Infelizmente o que vemos ali é um lugar abandonado, sem cuidados, cheio de lixo, titica a esperar por um infeliz pé descalço, lugar de se esconder bandidos e usuários de drogas. Oito anos no poder e a administração que finda não teve a capacidade de junto ao Governo do Estado e União transformar aquele lugar num espaço educacional com foco ecológico e cultural. O que me chamou a atenção para escrever esse texto, além do abandono do local, é o crime ambiental que se cometeu e que continuará acontecendo no lugar. Observem a imagem e vocês notarão a presença de vários tocos (árvores cortadas). São pés de jovens palmeiras juçaras (palmitos) que os “sem noção” foram lá e cortaram para extrair o seu palmito. Foram mais de trinta palmeiras derrubadas (suprimidas), e essas nem para a segunda divisão terão direito. Isso é prova da miséria educacional em que vivemos, falta de bom senso, falta de respeito pela natureza, fato esse que atinge todas as classes sociais, mas principalmente a classe política e o poder público. Indignado comentei o fato com meu pai, e em sua tranquilidade papai, em duas citações me consolou: - Julinho, o que são trinta pés de palmitos em relação a cinco mil quilômetros quadrados de mata nativa cortadas neste ano no Amazonas? E se foram os índios que cortaram os palmitos? - É pai! - Respondi. - Contra isso, só mesmo a própria natureza para punir a falta de consciência do ser humano. Neste domingo, mesmo de guarda-chuva, andei pela praia do Cruzeiro e Itaguá e observei uma quantidade enorme de sapinhauás mortos e de “casas” abertas na areia da praia, trazidos pela maré. Sabem qual foi o motivo disso? Foi a alta temperatura da água do mar provocada pelo forte calor desses dias atrás, e esse calor já é consequência do desmatamento no Amazonas e do efeito estufa, tudo por causa da fata de consciência e ganância humana. Ah! E por falar em falta de consciência, eu não sei porque, tanto a Polícia Ambiental como os agentes da Secretaria de Meio Ambiente do município, não proíbem a pesca, seja de que tipo for, em boca de rio, principalmente nesses meses de novembro, dezembro e janeiro, em que os bagres (cumbaca, amarelo, sarí, branco, gonguito, do reino), robalos, e outros peixes entram nos rios para desovarem. Tá uma festa de “pescadores” na boca dos rios Grande e Lagoa, matando bagre amarelo ovado. É só eu que vejo isso, é? É só eu que sei disso, é? Fala sério! Polícia Ambiental e agentes da Secretaria de Meio Ambiente tem o dever de saber, fiscalizar e proibir os crimes contra a natureza! Torno aqui a escrever que estou confiante e acreditando que sairemos da mesmice com a nova administração que entrará a partir de janeiro. Espero que coloquem nas secretarias específicas, profissionais entendidos e preocupados em exercer um bom trabalho. Espero que tanto a área da imagem acima, como muitas que estão abandonadas em nosso município sejam lugares de educação, cultura e lazer. Espero que fiscalizem e proíbam a pesca do bagre ovado, nas praias e boca de rios nessa época do ano. E ainda se não for muito difícil, quando a água do mar estiver acima do aquecimento normal, peço para que joguem gelo na Baía de Ubatuba, assim evitarão a mortandade do marisco sapinhauá.
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