O mundo inteiro reverencia o carnaval brasileiro e acredito que são poucas as cidades que realmente aproveitam essa oportunidade para desenvolver-se turisticamente. São poucas as cidades que investem em seus foliões e em seus grupos folclóricos. São poucas as cidades que olham estas festividades de forma profissional. Infelizmente, Ubatuba está fora desse profissionalismo e desse pensamento de valorização da cultura local. Nesses últimos 30 anos tivemos em Ubatuba uma ciranda de prefeitos que não vislumbraram a cultura local, apenas acharam que as praias é o nosso maior potencial e tá bom demais. A grande sensação de outrora e momento de grande expectativa era a dança e a briga de bois que se faziam no último dia de carnaval. Isso era uma identidade nossa, só aqui existia um espetáculo assim. Por que isso acabou? Muito antes de São Luiz do Paraitinga, no carnaval, Ubatuba era a cidade dos blocos foliando marchinhas pelas ruas internas da cidade. Por que isso acabou? O Bloco do Saco do mestre Nezinho era único. Por que isso acabou? Em 1998 tivemos um dos maiores carnavais que Ubatuba já teve, com quatro escolas de samba. Sabe o que aconteceu? Veio a administração Zizinho Vigneron, abriu o buraco, em seguida veio a administração Paulo Ramos e jogou terra por cima. De 98 prá cá aconteceram essas lambanças, falta de apoio aos locais e falta de profissionalismo. O meu artigo "O guaruçá saiu do buraco", publicado no dia 10, não foi escrito por paixão, pelo fato de termos colocado um bloco na rua, pois muitos blocos e escolas de samba já coloquei e ajudei colocar nas ruas de Ubatuba. A minha emoção transmitida no artigo veio em função de eu sentir alguma coisa diferente no ar, em termos de valorização cultural, profissionalismo, vontade de querer mudar, enfim, sinto nesse primeiro mês de administração, através do secretário da Setur e do presidente da Fundart, uma vontade grande de querer que Ubatuba saia do buraco. A metáfora "O guaruçá saiu do buraco", é na verdade uma esperança, um apoio, uma força, é a visão que começo a ver de uma luz no fim do túnel, de que Ubatuba saia do buraco. Nós moradores de Ubatuba precisamos acreditar, incentivar, dar força e apoio à nova administração, isso pra que todos nós saiamos do buraco. Vamos resgatar as escolas de samba? Vamos resgatar o Bloco do Saco? Vamos resgatar a dança com as brigas dos bois? Vamos resgatar os blocos carnavalescos com as tradicionais marchinhas compostas pelos nossos compositores? Vamos sair do buraco? O Guaruçá com toda sua astúcia já colocou o olho para fora. Quer que ele corra pela praia? Vá jogando gravetinhos que ele vai andar até de frente. Aproveito o momento para agradecer os empresários e comerciantes que deram o primeiro apoio para que O Guaruçá saísse do buraco, são eles: Atlântica Imóveis, Do Cacha Prego ao Saara Bar (todos os quiosques da orla do Itaguá), Livros & Café - Sebo - Bambu MG4, Pescados Katito, Casa Fernandes, Alexandre Dimonaco, Luiz Bischof, Sorveteria Rocha, Copiadora Criativa, Casa de Móveis Teixeira Leite, Móveis Docelar, Casa Coqueiro, Comercial Maria Alves, Kall Som, aos formidáveis músicos e percursionistas do bloco, Marcenaria Trópico das Artes, O Madereiro, Louise do Bambu, Luiz Roberto de Moura patrono d’O Guaruçá, Emilio Campi, Carlos Rizzo, Aládio T. Leite, João T. Leite, Aninha, Marisa Taguada, compadre Agnaldo Careca, Frasão, todos os participantes que se divertiram n’O Guaruçá e ao amigo jornalista Ednelson Prado que também quer que O Guaruçá saia do buraco. Nota do Editor: Sem o esforço pessoal do Julinho Mendes não seria possível a apresentação do bloco O Guaruçá, neste seu primeiro carnaval. Nossos agradecimentos especiais ao Julinho, a Maria Helena e a Bruna.
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