Julinho Mendes | |
Estamos em plena campanha eleitoral. Vários candidatos a prefeito e a vereador estão por aí dizendo o que sempre disseram: melhorar a educação, a saúde, a segurança... É a mesma ladainha de sempre e a saúde continua na UTI, a educação em seu nível mais baixo, a segurança cada vez mais preocupante. Quer dizer: não melhoram nada! Eles querem é o poder e com o poder ter uma vida de conforto e regalias. É lógico que não deixam de prestar alguns trabalhos e algumas benfeitorias, mas nunca irão colocar em primeiro plano as reais necessidades e cumprir o discurso de campanha tão bonito que dizem e que o povo espera. Ao tomarem conta do poder a prática é outra. Antes de atender algumas necessidades do povo, há o compromisso fiel com as forças superiores, há o rabo preso com quem financiou a campanha, há a preocupação da manutenção do poder... O povo? Ora o povo... Quer ver só um exemplo: por que o prefeito de uma cidade ao pavimentar uma calçada, uma praça, uma rua, em vez de montar uma fábrica de bloquetes dentro de seu município, gerando emprego e movimentando a economia local, busca artefatos (“tijolinhos” pavers, guias etc.), mão de obra e transporte em outra cidade? Não é uma incoerência? Por que existem as emdurbs da vida? Por que que vereadores da ativa e agora candidatos à reeleição não protestam contra essa prática? Por que que partidos “oposicionistas” não questionam e mostram para a população a incoerência dessa prática? Eu sei o por quê! A minha consciência diz que eu não devo votar em candidatos coniventes com a incoerência de uma prática como essa. Eu não sou político partidário, por isso não tenho o meu “amor candidato”. Amor candidato tem, desde aquele que está de olho na fatia até aquele que espera o cuí do bolo; isso é uma regra, foge a qualquer ideologia e some a preocupação com o bem estar coletivo. O umbiguismo e o parasitismo fala mais alto! Eu ainda não escolhi o meu candidato, estou em processo de estudo e análise para, com consciência, poder votar. Tenho vivência, conhecimento e tenho na memória toda situação política que ocorreu na cidade e no país nesses últimos vinte anos. Então, disso, como cidadão que quer ver o bem coletivo, procuro estudar e analisar os pretendentes que aí estão. Não é difícil fazer uma reflexão, basta um pequeno exercício de memória. Nesse exercício você lembra de um monte de candidatos que se meteram em gambiarras, que estiveram e estão envolvidos em processo com a justiça eleitoral, candidato ficha suja, candidato que já teve a oportunidade de fazer pelo povo e não fez nada, candidato a vereador que não cumpriu o seu real papel de fiscalizar e cobrar do executivo. Vejam a imagem acima, é da pequenina praça localizada na avenida Pe. Manoel da Nóbrega, frente onde era o antigo Ubatur Camping, no Perequê-Açú. Tinha ali uma placa do Governo do Estado (tiraram), informando a destinação de mais de R$ 120.000,00 para urbanização da pracinha. Cadê os nossos vereadores para questionarem o prefeito sobre o término do trabalho, sobre a aplicação do dinheiro que veio para urbanizar devidamente a pracinha? Se a praça foi terminada, qualquer pessoa vê que não se gastou ali a metade do dinheiro que veio, pois falta banco, gramado, jardim, lixeiras, pavimentação... E se não terminaram ainda, por que tanta demora? “Uso do dinheiro público com responsabilidade.” Aonde? É nessa hora que entra o agente fiscalizador eleito pelo povo, “o vereador”, mas cadê os bonitinhos para apontarem isso? Um fator de exclusão que eu faço antes de escolher o meu candidato é vendo o poderio financeiro que o cara está aplicando na campanha para eleição ou reeleição; prefiro escolher um candidato humilde, apenas rico de idéias e de vontade. O rico em campanha, certamente, lá na frente, vai arrumar um jeitinho de recuperar o dinheiro gasto e vai ficar apenas tampando o sol com moções, digo, peneira. Um outro fator importante que eu analiso antes de votar é a quantidade de partidos em que o candidato está coligado. Coligação pra mim é sinônimo de amarração, de destino de secretarias à pessoas não qualificadas, é cabide de emprego, é encabrestamento... Quanto mais “coligação” existir, menos qualidade de vida terá o povo. Tô fora! Muitos outros fatores dão para analisar e para excluir certos candidatos e exercermos assim a consciência de nosso voto. Eleição não é time de futebol, eleição não é ir atrás de pesquisa eleitoral, não é ver quem tem maior quantidade de carros enfeitados, muros pintados com nome de santinhos, não é ir atrás de carreatas, pedaladas... Eleição é coisa séria; depois não adianta reclamar que a Santa Casa está ruim, que ladrões roubaram você em plena praça, que seu filho sai da escola sem perspectiva de emprego porque não teve um curso técnico profissionalizante para conseguir trabalho futuro. Tudo isso está diante de nossa cara e o nosso voto tem o poder de mudar, basta ficarmos atentos, observarmos os movimentos políticos e não cairmos em armadilhas que nos façam ficar na mesmice. Sair da mesmice é preciso! E mais preciso ainda é a cobrança que temos que exercer diante do eleito para que o povo em geral tenha boa qualidade de vida. A cidade precisa desenvolver a sua vocação com profissionalismo e projetos. E uma das coisas que um político de verdade precisa fazer é desengavetar o Plano Diretor de sua cidade para que investidores tenham e façam projeções, enxerguem seriedade e possibilidades reais de aplicação, devolvendo assim emprego e movimentando a economia local. É inadmissível que o Plano Diretor da cidade de Ubatuba encontra-se engavetado há mais de 20 anos e que candidatos que estão aí em campanha tiveram oportunidade de desengavetar, mas não fizeram e agora falam em desenvolvimento pra cidade. Balela! Tá cortado de minha lista também! Prestemos atenção no brilho que candidatos mostram agora, porque, como diz o ditado: Nem tudo que brilha é ouro! Se ouro for é pro bauzinho deles. - Julinho, deixe desses pensamentos rapaz! Deixe desses manifestos! Isso não leva a nada e não vai mudar nada, pois a educação e cultura que a massa votante recebe é justamente para fazê-la não enxergar o que está por detrás do asfalto meia-boca, de melhorias em bairros em vésperas de eleições e nisso é você que fica manjado diante de quem tem o poder. (Assim me disse um amigo.) Eu acho que estamos num importante processo de democratização. Nesse processo, pessoas tem o direito de expressar seus pensamentos, protestar, ajudar na conscientização de ter uma cidade e um país melhor. A justiça brasileira está aí para analisar tudo e vem com garra e determinação mostrando aos administradores públicos que o trem tem um trilho a seguir. A Promotoria e a Polícia Federal vêm desbancando grandes e pequenas máfias políticas. As mídias vêm mostrando os escândalos de corrupções que acontecem nos diversos níveis das administrações públicas. Eu acredito que em breve não haverá espaço para oportunistas que fazem da política seu meio de enriquecer. Taí o julgamento do mensalão mostrando a vergonha do Brasil; e os grandões já estão sendo condenados. E para os mensalinhos que pairam em campanha por aí, a justiça uma hora vai bater na porta deles. Ao amigo que me alertou digo estou consciente do que me falou, mas o importante é que tenho a liberdade de expressão, seja ela certa ou errada. É a minha expressão! A mesma coisa é o que pregam em campanha por aí; acredite e aceite quem quiser! Temos que voltar a acreditar na política e nos políticos! A justiça está cumprindo o seu papel e a nós, resta votar com consciência e depois... de olho e cobrança neles!
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