Julinho Mendes | |
Como é bonita a nossa Igreja Matriz! Suas portas, janelas, suas torres, seu sino, seus ornamentos, suas cores... De forma geral as igrejas católicas, sejam de arquitetura gótica, colonial, pós colonial e as modernas são de belezas, que eu digo, próprias de moradias de anjos e santos. Até as capelas das comunidades católicas dos bairros são também de beleza e singeleza que iluminam o nosso olhar. Eu digo, com orgulho, que fui aluno da madre Maria da Glória, no bom tempo que existia a escola de arte no prédio da ALA, onde aprendíamos a pintar em tela, fazer escultura na areia, entalhes em madeiras, teatro de bonecos de fantoches, música. Hoje, em plena campanha eleitoral, mais uma vez, não se vê nos panfletos dos candidatos um projeto de construção ou de transformação de um espaço em escola de arte, de tudo quanto é arte; a criançada está aí à mercê de coisas inúteis da Internet e celulares, não aprendem a pegar num pincel, num formão, numa agulha de tricô, crochê etc. Me orgulho também em dizer que fui discípulo do mestre primitivista João Teixeira Leite, com ele, além de aprender a confeccionar, usando madeira, saco de trigo e látex, as minhas próprias telas, aprendi também a noção, a idéia, a forma, a técnica da arte da pintura primitiva, pintura essa, que hoje com nome mais requintado, chama-se pintura naïf. A pintura primitiva de João Teixeira Leite preserva a memória de nossas construções antigas (coloniais), nosso folclore e festividades culturais que tínhamos em Ubatuba. Também não temos em Ubatuba o incentivo, principalmente às crianças das redes de educação, ao ensino dessa arte. Torno a repetir: a criançada vive em “ateliês” de lan houses, deixando de brincar, de aprender e de viver na melhor fase de suas vidas. Quero ver se o próximo prefeito tem coragem, envolvendo as secretarias de Educação, de Turismo e de Cultura, de criar um projeto que transforme essa criançada em artistas, focando a cultura de nossa região. Mas devemos lembrar que, dos politiqueiros que estão aí, tentando reeleição e manutenção do bem-bom; já vimos que não sai nada de efetivo para por a criançada no rumo da arte e da cultura local. Então, é bom pensarmos em quem votar. Eu entendo que cidade histórica, que tem personagens históricos, que tem folclore, que tem natureza exuberante... tem que ser representada por tudo quanto é arte e tornar motivo de desenvolvimento artístico cultural e, consequentemente, turístico econômico.
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