A julgar pelo número de candidatos ao cargo maior da Prefeitura Municipal (são oito ou nove, salvo alguma impugnação de última hora), têm-se a sensação de que em Ubatuba, se mudássemos aquela frase publicitária colada nos vidros dos carros de “Eu amo Ubatuba” para “Eu amo a Prefeitura de Ubatuba”, não perderíamos nada em qualidade e no real sentido da mensagem. Com tantos pretendentes ao posto, convenhamos, ou a cidade é muito politizada ou ganha força aquela velha máxima do barão de Itararé: “Os vivos são e serão sempre, cada vez mais governados pelos mais vivos.” A democracia sempre precisou de nomes, já as cidades, precisam de projetos, de planos de governo. Em Ubatuba não é diferente. Agora mesmo, com tantos candidatos ao cargo do executivo, nenhum projeto sério de médio e longo prazo para o turismo está sendo discutido. Nenhuma proposta clara para o setor mais importante de nossa economia está sendo planejada. Repete-se com frequência o velho discurso das velhas promessas: “Vamos investir na educação, na saúde e na criação de empregos.” Talvez aqui, em Ubatuba, façam falta empreendedores que acreditem e gostem realmente da cidade. Um bom exemplo é a Sra. Liz Calder, idealizadora e realizadora da Feira de Literatura de Paraty (FLIP), que sem pedir nenhum voto para a população, leva todo ano turistas e recursos para a cidade, influindo de forma direta no desenvolvimento e crescimento de Paraty. A simples troca de nomes no comando dos municípios brasileiros deverá manter, salvo algumas exceções, as velhas práticas políticas a que temos assistido ao longo dos anos na República Brasileira, tornando comum a prosperidade de muitos políticos e a desgraça de muitas cidades. Exagero? Acho que não.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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