Tevê à manivela
Tal o outrora escrito por sábios e especialistas, que melhor enxergar a vida alheia do que a própria, isso não tem pra ninguém... paparazzos que nos clique. Fingimos que estamos despercebidos mas não estamos percebidos. Percebe? Muito pelo que, do alto a gente costuma enxergar tudo bem melhor. Se não for via satélite, de helicóptero melhor ainda, concorda? O que mais importa é sair se esbaldando por aí a curto prazo, “eu vi, eu vi primeiro...”, quando dezenas e dezenas de outros lares atarefados em frente à estimada telemania habitual, esses já entraram foi para o guiness dos recordes visuais e opinativos. Míopes ou não, nós é quem flagramos primeiro e ponto final. O que é, pensam que vamos ficar por aqui, em nome da nossa sempre santa malvadeza em questão, falar mais do vôo rasante da Adriane Galisteu “Muito+” (Band) sobre a Fazenda, em pleno horário de almoço? Sorte que a aeronave dela não era a do Comandante Hamilton nem mesmo aquela maiorzinha do ex-presidente Lula (ops). Ou será que meter o nariz, o bedelho, em reality show alheio, não sabem que é coisa feia? Ainda mais quando tentar se comunicar com “peões” através de megafones, talvez adquiridos na promoção do dia, isso pode atrapalhar no movimento giratório da concorrência e dos participantes do dia. Voar, todos voamos. Já boiar, não é clichê só para iniciantes. Queremos o ibope até por conta da produção parcial/apressada! “Por acaso vocês não viram a cor da calcinha preta dela? Daqui de cima deu pra ver tudo. E uhuu... Tão nova e tão cheia de enxertos, celulites e mal ´tateada` (tatuada), ops, daquele jeito”, aventureiros da falsa idade de plantão haverão de questionar para todo o sempre. Ora, se caiu na rede (pouco importa a essa altura das preliminares-eliminatórias se naquela de pescador como a rede da webmania) ninguém fica de fora. Quanto menos em despir-se lá, relembre, de uma minissaia rosa-choque pós vaias de parceiros de alta classe “facul(tativa)” e que hoje poder sair por aí toda inflável, desbancando até uma “Ju”, na pele de Gabriela Cravo e Canela! Moleza. Porque não mais que cultuar o que os olhos machistas cobiçam ´viu corpus` montanhosos, vale tudo e aumenta na boa intenção de assobios sem descontar os banguelos na construção. Aliás (também não vivo dizendo, estamos ou não estamos, minha querida Adalgisa, descobertos de razão?). O pecado, este sim, será sempre o da carne, não duvidemos. Mesmo aquela de segunda servida somente às terças, hã!? Curto, rápido e grosso - e filosofando na abreviativa do “vôo rasante” em questão e que sempre tencionamos nós pequenos mortais desejamos realizar logo na largada - “quando um pequeno grão de areia cai no nosso olho, inevitável, temos aquela sensação que algo maior nos incomoda. Isso é fato. Já quando esse grão torna-se algo que precisa ser retirado, não é à toa que chegamos ao ponto de pararmos tudo para dar fim nessa coisa tão pequena que nos perturba tanto”. Wow! Fui longe! Agora, se havemos de reconhecer de verdade, de verdade mesmo, que a vida tem lá seus altos e baixos no decorrer das outras vidas, o melhor é recordar uma vez mais do velho e oportuno provérbio chinês que diz, “a língua resiste porque é mole; os dentes cedem porque são duros”. Porém, que, flexíveis, maldizentes, sejam aqueles produzidos de tabela ou não, ressalte-se que os raspa-línguas, canilínguas, tinge-línguais, dentre todos os mais que vierem, necessitamos sempre, além mais fuxicos e maravilhas abençoadas e alheias para os acréscimos de uma boa, dedicada e prestimosa atenção. Da “técnica do esquecimento”? Dessa deixamos para censurar os iniciantes logo mais tarde. Filmou? Então, agora conta, vai! Senta aqui e não me esconda nem uma linha do que a Galisteu viu lá do alto da colina...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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