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Mês de junho, mês dos santos festeiros, e a ciranda brasileira de festas renova-se outra vez por tudo quanto é canto. O “milagre” desses santos às cidades, com profissionalismo e um sério projeto cultural, faz desenvolver a economia local, atraindo turistas, gerando empregos, fazendo o povo feliz. Viva Santo Antônio, São João e São Pedro! Ah se não fosse esses santos! Andei pras bandas do nordeste brasileiro, precisamente em Pernambuco. Minha vontade era conhecer as festas juninas de Caruaru... e fui! De avião cheguei em Recife e fui direto para Olinda, pertinho dali, apenas 15 km; conheci a terra do frevo, do maracatu e vi de perto os famosos bonecões, logicamente que estavam “dormindo”, pois só acordam no carnaval. Como é linda Olinda! Receptiva, histórica, cultural, artística, poética... lembra Paraty. Dali fui para Caruaru e comprovei o que dizem ser e que acontece a maior festa junina do mundo. Basicamente triângulo, zabumba e sanfona; a cada cem metros um grupo típico de forrozeiros; forró pra todo lado; se não era ao vivo, era mecânico em ambulantes com suas bikes incrementadas, carros, butecos etc. Bonito de ver são os grupos dançantes de quadrilhas, tanto as tradicionais como as estilizadas, que em frenéticas coreografias dão um shows de criatividade, fantasia e alegria. Tive sorte por pegar a festa em homenagem ao rei do baião Luiz Gonzaga. Cinema, teatro, exposições, canções... tudo sem miséria para mostrar a trajetória de vida desse artista nordestino brasileiro. Eu estava lá no momento que Maurício Kubrusly fazia uma reportagem para o Fantástico, mostrando a quadrilha de dançarinos em perna de pau de Caruaru. Sensacional! A quem visitar Caruaru, não deixe de conhecer a famosa Feira de Caruaru (Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro), onde experimenta a buchada de bode e conhece todo artesanato nordestino numa miscelânea de cores, cheiros e sons que deixa a gente maravilhado. O alto do Moura, a 7 km do centro, é outro lugar imperdível. Lá se conhece o artesanato em barro, herança de mestre Vitalino. Fantástica muvuca desse lugar! Eta Brasil rico! Fiquei pensando como é que uma cidade em meio à seca, entre cactos e espinheiros, consegue, a base de sanfona e de dança de quadrilha, atrair tanto turista (nacional e internacional) para seu desenvolvimento e sustentabilidade de seu povo? E nós aqui [em Ubatuba, SP], entre as maiores capitais do Brasil, de lindas praias, floresta e cultura, nessa miséria e falência cultural, sem criatividade, sem profissionalismo, somente na politiqueira desvairada! Que ponto nós chegamos?! De Caruaru, voltei para o litoral e conheci também a famosa praia de Porto de Galinhas, com suas galinhas, suas jangadas, seus recifes de corais, seus incontáveis coqueiros e seu povo hospitaleiro. Irei, esta semana, dividir com os leitores d’O Guaruçá algumas imagens que trouxe de lá.
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