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Que o amigo Eduardo Souza não pense que o guaruçá, agora, deu para subir em pé de palmito e anda comendo o coquinho da juçara igual sabiá, araponga, tucano... Nada disso, Eduardo, o guaruçá vive dentro de seu buraquinho, na praia, e não sai para subir em pé de coco. O guaruçá em questão é o grupo cultural, folclórico alegórico, que mais uma vez e cumprindo o seu papel de divulgador e propagador da cultura caiçara, se apresentou na 4ª Festa da Juçara, lá no sertão do Ubatumirim. Sou suspeito em dizer, mas pelos calorosos aplausos, pelas pessoas que após nossa apresentação vieram nos parabenizar pelo conteúdo das músicas, pelo conjunto, pelo figurino e querer saber se o musical apresentado tem um CD; é para nós, dentro da nossa simplicidade de cantar e tocar, um orgulho muito grande e nos incentiva a continuar com o trabalho. O musical, desta vez, dentre alguns que temos, foi o “Cantamar”. Com violão, cavaquinho, cajón (carron), timba, pau de chuva, carrilhão, caxixi, sino, chocalho e vozes; levamos o mar para o sertão do Ubatumirim com músicas inéditas e poemas de compositores caiçaras como Domingos dos Santos, Bado Todão, Ostinho Garcez, Mariza Matos e minha também, que falam do mar, do pescador canoeiro, das superstições, das crenças, da fé, dos peixes, da culinária. Cantamos o mar para o povo do mar. O grupo O Guaruçá tem duas importantes e principais propostas: a primeira é a de fornecer aos componentes a satisfação, a felicidade, quebra de rotina, ter na vida um motivo a mais de querer viver bem. A segunda é a promoção e a propagação da cultura de nossa terra à crianças e jovens, à turistas, à imigrantes. Duas comunidades, presentes na festa, já deixaram acertada a nossa presença nas festas que irão promover em suas localidades; uma será na comunidade da Trindade, em Paraty, e a outra em Catuçaba, em São Luiz do Paraitinga. Iremos com muito prazer! A Festa da Juçara é para comemorar e colocar em evidência o magnífico trabalho que o IPEMA - Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica, vem proporcionando às comunidades das regiões aos pés da Mata Atlântica, que é a de manejar com sustentabilidade o fruto da palmeira juçara (eu ainda digo que é jiçara). Além da questão sustentabilidade tem a questão de preservação das palmeiras e com isso a preservação das aves e pássaros que se alimentam delas. Eu proponho aos órgãos ambientais e aos nossos legisladores que elaborem um projeto do mesmo porte, para que os índios, ao invés de desfrutarem do corte do palmito, desfrutem de seus frutos, assim, com certeza, no futuro, tanto índio, como pássaros e como toda a região da nossa Mata Atlântica vai ganhar com isso. Precisa haver um trabalho sério de conscientização em relação ao corte da palmeira juçara da mata. Estão cortando o palmito, extinguindo aves e junto cortando a própria subsistência. Parabéns ao IPEMA, seus parceiros e comunidades que trabalham no Projeto Juçara. Uma coisa que é bonito também de se ver é que o IPEMA em suas festas da juçara, se preocupa e valoriza a contratação de bandas e grupos locais, priorizando inclusive grupos que tratam da questão cultural da terra. O grupo O Guaruçá agradece pela oportunidade de mais uma vez festejar e cantar na Festa da Juçara por vocês realizada. Valeu!
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