Houve uma época em que, ao contrário dos tempos atuais, as “autoridades” eram em número bem reduzido: o padre, o pastor, o professor, os homens mais velhos, reconhecidos como sábios pela comunidade e guardiões das tradições. Confiava-se no que eles diziam. Hoje, a TV, a Internet e outras mídias despejam tantas informações e nos apresentam tantas “autoridades” nos mais diversos assuntos que a gente fica numa encruzilhada: ou acredita em tudo o que ouve ou não acredita em nada. O bom mesmo é desconfiar. É manter um olho no gato e outro no peixe. Quando é uma coisa tida como absoluta, indiscutível, venerada pela massa, pela maioria das pessoas (os que, sem refletir, se deixam levar pelo politicamente correto veiculado nessas mídias) é bom desconfiar - na maioria das vezes há sempre alguma pilantragem. Exemplo disso é o tal do “aquecimento global” que andou tirando o sono de muitas pessoas e servindo de meio de vida para outro tanto. Agora vem o tal de James Lovelock, o “cientista” que começou com essa teoria, dizer que tudo foi um equívoco (leia aqui), deixando sem pai nem mãe os incautos e os imbecis defensores do aquecimento global. Sobre o mesmo tema é interessante também esta entrevista no programa do Jô Soares, acesse aqui. Acreditar em quem neste mundo globalizado? Quem realmente é autoridade neste ou naquele assunto? Não é fácil. Mas não dá para sair por aí dando crédito a tudo ou não acreditando em nada. Há uma citação do escritor C. S. Lewis que diz: “Um homem que demonstrasse ceticismo em relação à autoridade em outros assuntos, como certas pessoas o fazem em relação à religião, tem de se contentar com não saber absolutamente nada.” Acho que noventa e nove por cento das coisas em que acreditamos decorrem da autoridade de alguém. A grande questão é conhecer bem esse alguém. É isso aí.
Nota do Editor: Eduardo Antonio de Souza Netto [1952 - 2012], caiçara, prosador (nas horas vácuas) de Ubatuba, para Ubatuba et orbi.
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