23/11/2024  16h19
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
COLUNISTA
Eduardo Souza
28/01/2005 - 09h45
Política e Religião
 
 

Ao contrário do que alguns amigos pensam, a questão mais preocupante não é a de religiosos participarem da política, de ocuparem cargos eletivos ou serem nomeados para cargos de confiança na administração pública, o que me preocupa é a politização da religião. É preferível os cristãos no poder do que simpatizantes de regimes totalitários, simpatizantes de narcoguerrilheiros, terroristas a quem chamam de revolucionários, elementos cujas ações criminosas, a exemplo dos seqüestros do Abílio Diniz e do Washington Olivetto, são estrategicamente vistas como atos políticos e não como crimes comuns.

A religião, contaminada pela política, pela ideologia, resulta em fundamentalismos e outros ismos. Passa a ser mero instrumento do poder temporal. Acaba consagrando o mal como bem. Vejam o comportamento da CNBB, de marxismo cosido na bainha da batina de muitos de seus bispos com a retórica do coletivismo, do socialismo. Em vez de cristianizarem o marxismo, marxizaram o cristianismo. Tudo em nome da liberdade, da igualdade e da fraternidade, mas que acaba, a história tem mostrado, desembocando na repressão e no autoritarismo. Há também os fundamentalistas islâmicos, os wahbis. O Osama Ben Laden é wahbi. É uma corrente violenta, intolerante e fanática para além de qualquer medida. Desvirtuaram o islamismo. Teve origem na Arábia e é a teologia oficial dos estados do Golfo. "A Arábia Saudita é a única causa verdadeiramente importante e ativa na radicalização, ideologização e fanatização em geral do islã", diz Seyyed Vali Reza Nasr, professor de Ciência Política na Universidade da Califórnia, em San Diego.

Que cristãos, católicos ou protestantes, ocupem cargos na administração pública, considerando-se o núcleo ético do cristianismo, não vejo nisso nenhuma inconveniência, muito pelo contrário. Preocupa-me mais materialistas e ateus com seus fundamentos éticos imanentes. Há bons e maus cristãos, todavia, o critério ético de julgamento político é o de resultados e também o de responsabilidade. Se uma obra de infra-estrutura é feita precedida de preces para que tudo corra bem e o resultado da obra atende às necessidades da população, resulta em bem estar público, aqueles que crêem dão graças a Deus. Que mal há nisso? Se o resultado for ruim, que sejam cobrados os responsáveis com a força da lei ou defenestrados pelo poder das urnas. Deixemos nossos governantes escolherem seus assessores e cobremos deles o que todos esperam. Amém.


Nota do Editor: Eduardo Antonio de Souza Netto [1952 - 2012], caiçara, prosador (nas horas vácuas) de Ubatuba, para Ubatuba et orbi.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
ÚLTIMAS DA COLUNA "EDUARDO SOUZA"Índice da coluna "Eduardo Souza"
04/10/2012 - 19h00 Nota de agradecimento
07/06/2012 - 08h02 Sobre a defecação das aves e outras considerações
05/06/2012 - 09h00 História em quadrinhos
30/05/2012 - 08h01 `Capitão Deolindo´ - o nosso ginásio
25/05/2012 - 10h08 Morro da Prainha
09/05/2012 - 10h01 Eu?... Passarinho!
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.