Julinho Mendes | |
Externamente é amarela quando madura e tem o formato de um balãozinho. Por dentro, tem de um a dois caroços, quase do tamanho da casca, restando apenas uma camada fina de poupa meio algodoada e com um sabor peculiar, agradável e saboroso; é daqueles gostos que quando a gente começa a comer não quer mais parar e pela pouca poupa, dá para se comer umas cem, sem enjoar. Muito gostosa! É uma fruta nativa de nossa Mata Atlântica, não diria comum, mas encontra-se com mais facilidade em regiões próximas as praias e costeiras. É fruta dessa época (janeiro/fevereiro). É também uma fruta que alimenta alguns animais e pássaros como a paca, a cotia, o caxinguelê, quati, macaco, porco do mato, tucanos, jacus, macucos etc. Sua árvore também é bonita, de folhas miúdas e de galhos resistentes, oferece uma gostosa sombra. Comer um “escardado” de gonguito, ter como sobremesa o fruto do bacupari e depois se “apinxá” numa rede, debaixo de uma árvore como essa, é realmente ter um privilegio de rei. Acho que nem rei tem esse privilégio! Os bacuparis ilustrados acima é de uma segunda produção de um pé que plantei no quintal de minha casa, plantei de semente, e agora, depois de aproximadamente dez anos já me oferece seus saborosos frutos. Plantando dá! Mas tem muito nego com seu quintal nascendo mato que diz o seguinte: “plantando dá, mas eu não planto não, pois eu sou malandro, sou de tradição!”. Vou semear os caroços de bacupari e em breve terei algumas mudinhas para plantar por aí nas beiras de nossas praias e costeiras. Falando em bacupari, mais uma vez estamos diante de um absurdo que pariu, mais uma falta de conscientização, mais uma falta de cuidado e de carinho, contra os turistas que aqui vêm curtir nossas praias; o valor da Zona Azul, que já é caríssimo será aumentado de R$ 5,00 para R$ 10,00 e a justificativa é que o dinheiro vai atender a Santa Casa. Fala sério! Que a Santa Casa precisa, não resta dúvida, mas jogar a justificativa em cima da entidade é penalizar e explorar ainda mais o turista, é simplesmente abusar do poder, é não ter capacidade de elaborar projetos e de buscar recursos em outras fontes. Que vantagem o turista recebe em troca ao estacionar seu carro na beira de uma praia. Tem segurança? Tem conforto? Tem banheiro público limpo e higiênico para seu uso? Tem informações e recepção turística? Tudo isso reflete negativamente para cidade como um todo. Que mentalidade é essa? Que essa administração vá pra, digo, vá plantar bacupari!
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