Tevê à manivela
Que o Brasil é um país rico, porém desestruturado em diversos setores, não resta a menor sombra de dúvida em poder afirmar. Em se tratando de preparativos de grandes mundiais como do futuro/próximo (e obviamente próspero) advento da tão badalada Copa de 2014, o bolo está armado. Digo, entrando certinho e de bom tamanho na fornália das expectativas - tem que dar certo para que os gigantescos estádios ora programados não virem “elefantes brancos” interminados, ou que maquetes a exemplo dos transportes públicos, paisagismos, não passem apenas a decorar lojinhas ao preço de 1,99 a unidade. Quando, ainda, nesse mesmo item, no atacado e no varejo, pechinchando em nome do seo Abud Said Saad pode sair a preço de custo. Só não assustem as crianças embalistas em campo do porque dos reinados esportivos presentearem seus súditos com obras gigantescas construídas com dinheiro público. Custo zero. Algo assim de Money for nothing na voz do Dire Straits como queiram anexar o lembrete da bela época do vinil em forma de bolacha tamanho família. Uns comem de um lado, outros comem do outro na lei da vantagem em tudo. Tanto é que ante essa febre extasiante, ops, que assola por todos os tubos televisivos e bem além dos holofotes... nas ruas, nos bares e nos lares, a pergunta tem sido uma só: “Quem seu time pega na Copa do Brasil?”. Só não vale ninguém soprar na enquete do gargalo antecipado no jogo do passa ou repassa e que-time-é-o-teu?, porque quem vai levar o caneco lá para fora é bom deixar o assunto para os magos da adivinhação. Mentes que brilham, em fila única, que se apresentem nas bilheterias e nada de cambistas, scanners, nem xerox autenticados, por favor. E porquanto a febre Neymar continua (nada da minha parte contra o garoto-propaganda bom de bola - sou melhor no “buligão”, nas de gude, atrás do buraco), com ele ressuscitando o espírito do mundo dos mortos indígenas dos EUA, que viviam em torno do vale do rio Hudson, lá pelos idos anos de 1600, com seu topete colorido a la moicano... Elvis seria assim?, isso é de fato e de direito. Aliás, antes que eu não passe batido por essas entrelinhas: “Já que de fato a fato, a história - vez por outra - é toda um boato”, e o animador Silvio Santos, como é que fica? Se ele foi considerado mais popular que Deus, bolas! E a pobre tia Amparo, que hoje aos 93 anos, ainda bate um bolão? Sejamos breves, como nessa arquitetada de futebol imensa toda quem leva o “pacote graúdo” de verdade são eles, nós queremos ver é os gols, a rede balançar. Tráfego de influência nesse quesito não rola, acredite se quiser. E se o bordão do “Cala boca Galvão” tende a continuar só não liguem se ele armou aquele barraco dia desses com sua mulher, a Desirée Soares, por causa de uma declaração mal feita em emissora concorrente. Equilibrados ou não, todos nós pelo menos um dia na vida armamos o nosso. Enrolar a língua no efeito pingue-pongue é batata! Outra!? Melhor assinalando que filosofias baratas enganam, e que “ao bom míope toda terra também cede”, por outro lado grifo que só não bato mais três vezes na madeira nem faço nova figa com aquela antiga promessa do bom e velho patrão, garantindo que se a empresa crescer você cresce junto com ela. No caso de despencar... Bom, em ½ linha, no primeiro round do ring, teria dito tudo isso de uma maneira muito mais fácil e sutil. Tipo útil, inútil e fútil seria como enxugar gelo. E como a “manguaça” está liberada nos estádios para o futuro/próximo - e obviamente próspero - mundial, por hora é fim de papo.
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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