Julinho Mendes

A batuíra é uma ave migratória que, nessa época do ano, faz seu pouso de descanso e alimentação em nossas praias. É o modo de vida delas, vivem sobrevoando de um hemisfério a outro. Nos meses de maio e junho fazem seus ninhos no lado norte, em regiões do Canadá e Groenlândia, depois, na migração, passam pelo sudeste dos Estados Unidos e agora começam a aparecer por aqui e seguindo em sentido a Patagônia, no hemisfério sul.

A batuíra da imagem acima estava no canto norte da praia do Camburi, estava sozinha e acho que tinha acabado de chegar de viagem, pois parecia cansada e lenta em seu correr, e assim foi possível registrar essa imagem.

Veio-me a lembrança que certa vez, no tempo de criança, em que tínhamos como parceiro inseparável o estilingue, fomos caçar tal passarinho na beira da praia do Itaguá; e pra lá, com bissacas cheias de pedras e potentes estilingues, fomos tentar caçar um desses passarinhos. Mas quem disse que conseguíamos acertar o passarinho? O bichinho é danado, corre muito rápido e quando se vê em distância de aproximadamente trinta metros, voa velozmente; não tem cristo que o pegue. Corríamos em cima, fazíamos cercos, atirávamos juntos... Que nada! Nunca conseguimos pegar um passarinho desses. Nessa frustração e para não perder viagem, sempre na criatividade e aventura de criança, íamos para cima da ponte do rio da Barra da Lagoa e de lá metíamos estilingada no cardume de parati e acabávamos voltando com fieiras de parati pescado a estilingada. Era fato! Coisas daqueles tempos, de ricas, divertidas e prazerosas brincadeiras e vivências de crianças.