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COLUNISTA
Julinho Mendes
07/10/2011 - 10h12
Biguás, mas nem tanto!
 
 
Julinho Mendes 

Sonhar não custa nada e eu me junto ao Zé Ronaldo, ao Eduardo Souza, e a tudo que eles escreveram sobre o repovoamento de espécies marinhas em nossa baía. Digo, com certeza, que uma das principais coisas, primeira e urgente, que tem que ser feita é “acabar” com os biguás, pelo menos diminuir a quantidade existente, porque a tal ave marinha é uma terrível predadora de peixes em desenvolvimento.

Meu amigo Eduardo, Zé e muitas outras pessoas se lembram dos enormes cardumes de bagrinhos, paratis e outros peixes que se desenvolviam nas águas da boca da barra; depois que apareceram os biguás, “acabocetudo”. E muitos se lembram mais ainda que esse tal de biguá (Phalacrocorax brasilianus), mergulhão voraz, não existia em nossa região. Houve um desequilíbrio em seu habitat natural, que por falta de alimento, talvez, o bicho foi migrando para outras regiões, desequilibrando e tirando o que comer das espécies nativas. O Toninho Epifânio que o diga!

Era mil vezes melhor ver o seu Aládio Teixeira puxando seu arrastãozinho na beira da praia, pescando seu peixinho, do que ver os biguás mergulhões regaçando com tudo que é espécie de peixes e outros marinhos.

Defender os corruptos eu defendo, mas os biguás não! É hora dos órgãos ambientais e dos biólogos marinhos se preocuparem com essa situação e promoverem um controle biológico dessa espécie de ave aquática, porque senão e com certeza, em breve não teremos peixe nem para remédio, ou que façamos remédio de biguá.

Pensam que é conversa minha? Perguntem aos pescadores da região. É lógico que a escassez e até a extinção de peixes em nossas baías vêm também de ações de grandes companhias pesqueiras e de outras poluições no mar, mas o biguá é caso sério! O bicho não tem culpa, a culpa é do homem, por isso o homem tem que procurar meios de ajudar a natureza a se equilibrar.

Vi, na TV Vanguarda, outro dia, uma reportagem sobre o controle biológico de capivaras, se não me engano, na cidade de Bragança Paulista. E na Ilha Anchieta também fizeram algo para controlar o desenvolvimento de capivaras. Agora é hora de se pensar nos biguás. O bicho é praga em Ubatuba!

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