Julinho Mendes | |
Com Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Gérson, Jairzinho, Tostão, Rivellino e Pelé, o Brasil consagrava-se tricampeão de futebol, metendo 4 X 1 em cima do time italiano, no estádio Azteca, na final da Copa do Mundo do México. Foi no dia 21 de julho de 1970. Eu tinha oito anos de idade quando isso aconteceu. Nessa época eu já vivia correndo atrás de uma bola, nas ruas e campinhos de terra que existiam na região, em volta a minha casa. Na verdade, não estávamos nem aí para futebol oficial, o que queríamos era brincar. Da lembrança dessa final entre Brasil e Itália foi principalmente o feriado escolar que aconteceu e o foguetório após o jogo, que era raro naquela época. Essa lembrança me veio no almoço de domingo passado, onde apreciávamos uma bela panelada de galinha de quintal, daquelas tratadas a milho. Da galinha, a minha predileção é a moela e o peito. É no peito que encontra-se o “jogador”, um osso bifurcado que até parece cabo ou forquilha de estilingue. Esse osso a gente guardava, punha no sol para secar e depois usávamos, como forma de sorteio, para escolher quem começava primeiro uma brincadeira: um jogo de bolinha de gude, de figurinha, de pião, enfim, o osso do peito da galinha era quem definia a forma do ínicio de um jogo. A coisa funciona assim: diante do osso seco, os adversários escolhem um braço do osso para segurar e puxar, na força exercida entre os adversários o osso quebra e quem ficar com a parte maior ganha, escolhendo e “vantageando-se” do jogo. Como a próxima Copa do Mundo de Futebol será no Brasil em 2014, eu venho propor ao Sr. Joseph Blatter, presidente da FIFA, que a escolha do lado do campo ou de sair jogando, entre os dois times de futebol, seja feito quebrando o osso do peito de galinha, o “jogador”, assim em vez de levar uma moeda para tirar cara ou coroa, o juiz leva o tal osso de galinha. Certamente esse feito será muito mais curioso do que a Jabulani da copa africana e manchetes do tipo “Osso de galinha é quem decide mando de bola ou de campo nos jogos da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014”, não faltarão. Só estou esperando acabar a greve dos Correios para em seguida enviar também ao presidente da CBF, senhor Ricardo Teixeira, quinze ossos (jogadores) de galinha caipira para fazer o teste ainda nesse final do Campeonato Brasileiro de Futebol. De galinha d’angola, garnisé, índia e da caipira, já estou com várias ninhadas. Me disse o primo Jaür Carpinetti que seu cunhado Eduardo Souza já está secando um osso jogador de peito de macuco, dizendo que é para o jogo da final entre Brasil e Portugal.
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