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E mais uma vez, representando Ubatuba e a nossa cultura, o grupo cultural “O Guaruçá - folclórico e alegórico” se fez presente em mais uma festividade no Vale Paraíba. Agora foi na XXVI Festa do Tropeiro, na cidade de Jambeiro, que aconteceu nesse final de semana. Valorizando sua cultura, suas raízes, desenvolvendo o turismo e a economia local, a cidade de Jambeiro tem em seu calendário a Festa do Tropeiro. Quatro dias de festa com apresentações culturais, festival de viola, apresentações de duplas sertanejas, missa campal em benção aos tropeiros da região, almoço tropeiro e o ponto alto que foi o desfile dos tropeiros em seus cavalos, mulas, jegues, burros; impecavelmente enfeitados para o desfile; todos participando com orgulho, com satisfação com sorriso no rosto; todos entendendo que o importante é manter a tradição e fazer a festa acontecer, independente de politicagem, para que a cidade seja visitada, e tenha sua importância perante o Vale do Paraíba e o Estado de São Paulo. Impossível foi contar o número de tropeiros que desfilaram em seus eqüinos, parecia que o desfile não tinha mais fim ou que estavam andando em círculo. Nesse momento viajei pensando na procissão no mar em nossa festa de São Pedro, se todos os barcos fossem colorir e enfeitar nossa baía no dia 29 de junho? Que beleza, que riqueza seria! Mas foi sonho! (A politicalha aqui fala mais alto!) Depois vieram as charretes, carroças e montaria em bois. Mas veio o fim, e esse fim como disseram alguns moradores, foi o fim mais diferente de todos os anos de festa, foi o fim que mais encantou os olhos da criançada e adultos também, foi o fim mais fotografado e entrevistado; pois nesse fim estava o tropeiro Cipriano e sua pequenina tropa (folclóricos e alegóricos do grupo O Guaruçá) representando Ubatuba. Uma outra coisa que chamava a atenção do visitante era a casa de pau-a-pique que construíram em plena praça do centro da cidade, casa com seu fogão a lenha e com seus chouriços, toucinho e lingüiças em defumação, suas portas com tramelas, suas fotografias de paredes, seus causos dependurados, seus pertences de tropeiros... uma casa, um museu de sonhos e lembranças da vida na roça caipira. Essa casa me lembrou o nosso Museu Caiçara, que poderia muito bem estar representada em nossa festa de São Pedro Pescador. Mas... ó. Só quando São Pedro for prefeito, ou São Paulo, ou São Tato, ou São Maurício, ou São Sato, quem sabe até um santo 0 Km? Santos não nos faltarão, resta saber se irão, com sabedoria e inteligência, valorizar as raízes, cultura e tradição de nossa terra caiçara. A sorte é que o caiçara cai-i-çara, o caipira cai-i-pira, porque senão ficaríamos pirados com tantos politiqueiros despreparados que temos por aqui.
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