O UNICEF vai lançar um grande desafio para os meios de comunicação mundiais na próxima semana. A idéia é usar o poder da mídia para promover o bem-estar de todas as crianças. Segundo o órgão das Nações Unidas, milhões de meninas e meninos estão excluídos dos potenciais benefícios da globalização e da revolução dos meios de comunicação e informação. A diretora executiva do UNICEF, Carol Bellamy, lançará o desafio durante a abertura da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 19 e 23 de abril. Organizada pela Multirio, instituição da prefeitura do Rio de Janeiro ligada à mídia, e pela ONG Midiativa, com apoio do UNICEF, a Cúpula deve reunir 2 mil executivos de meios de comunicação, produtores, educadores, pesquisadores e jornalistas, além de 150 jovens de todo o mundo envolvidos em projetos de mídia. Bellamy pedirá que os participantes da Cúpula "não só celebrem os vários exemplos que temos de excelente programação para crianças, mas também encontrem alternativas criativas para as tendências danosas dos meios de comunicação." Aos governos e parlamentares de todo o globo pedirá que repensem as políticas de mídia atuais, leis e regulamentações, levando em consideração seus impactos na vida das crianças. As preocupações dos jovens sobre os meios de comunicação serão divulgadas durante a Cúpula por meio de um fórum na internet organizado pelo site do UNICEF chamado Voices of Youth (www.unicef.org/voy). As mensagens enviadas pelas crianças e pelos adolescentes de vários países pedem por programações relevantes e que expressem a diversidade cultural, reclamam o fim das representações negativas de adolescentes e querem oportunidades para influenciar a mídia como consumidores e produtores. O UNICEF ainda vai aproveitar a Cúpula para promover um diálogo intergeracional. No dia 21 de abril, um painel especial vai reunir jovens e executivos de mídia para tentar diminuir a lacuna entre as pessoas que tomam decisões no mundo da mídia e as audiências jovens. Na ocasião o órgão irá apresentar um relatório sobre mídia e direitos de meninos e meninas, preparado especialmente para a Cúpula, no qual cita as oportunidades e os riscos para crianças no cenário dos meios de comunicação. O documento ressalta que a mídia pode "fazer uma grande diferença na vida das crianças em todo o mundo informando-as, escutando aquilo que elas dizem e dando poder a elas". Os participantes do evento também vão presenciar o lançamento do Ação 17, uma rede de jornalistas da América Latina e do Caribe comprometida em melhorar a cobertura de temas relacionados à infância. O nome, Ação 17, é inspirado no artigo 17 da Convenção sobre os Direitos da Criança, que trata da responsabilidade da mídia na promoção dos direitos das crianças. A rede é uma iniciativa do escritório regional do UNICEF para a América Latina e o Caribe e da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi).
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