Tevê à manivela
Nem tão curto, porém nem tão grosso, eis o poder da criação global na mais alta dimensão, “luz, câmera, (mas pouca) ação”. E vamos lá minha gente, que o sonho de Ícaro na por certo homenageada “Morde&Assopra”, dentre o mundo da (re)criação dos sucateados “homens de lata” para a personagem Naomi que voltou a ser mulher de verdade. Naomi e não a Amélia, hein! O que, pelo círculo vicioso que rola entre as nossas telenovelas endinheiradas, talvez tenham mudado o rumo da estória devido a algum curto-circuito local. Daí – no que penso, que diabos, vivo pensando – o pesadelo de Ícaro ora não ter noção do que criou, mesmo exigindo um teste de DNA, possivelmente na opção NDA de tocar um novo Page down com sua diva. “Toma que o filho Rafael é teu”... E mais! E se a pobre e arrependida Naomi – a quem duvide – de uma montagem falida de peças bem corroídas, se ela iria apenas “morder” e não “assoprar”, quando logo me questionam sobre a quantidade de nets books a serem transados no horário um pouco depois da sete. Exatamente quando muitos de nós, os Joãozinhos e Mariazinhas – eternos reféns dos sofás – pensamos que o mundo não gira mais. Que tudo é uma maravilha e que não há mais aposentadoria para os gênios da criação. Agora que da robótica aí em off ter sobrevivido a tamanha tempestade, ganhando além dos sobreviventes do Titanic e ter vivido anos luz em estado de coma, meu Deus! Aonde está a fórmula mágica que o autor Walcyr Carrasco encontrou para dar continuidade a engenhoca inicial e que por certo não daria melhor “parição” entre novos micros robotizados nesse estilo. Comprados em 12 vezes sem juros no débito, no crédito e no “kechi” com fundos, certo? Errado. Detalhe a ser bem levado em conta é também que se o pobre daquele inventor canadense, o Le Trung ao dizer que sua “mulher-robô”, a sensual, sexy, desejada e incomum Aiko – à prova de passar fiel e ilesa sob qualquer tipo de tentação com outro disco rígido, ops, falar apenas 13 mil frases! Se já foi dito por aí que o nosso admirável mundo – atual/virtual – novo que vivemos a máquina é prioridade mesmo para se fazer amor, não vamos esticar a conversa (idem) que a nossa personificada Naomi devia ter nascido inflável, ops! Abre aspas. “Acaso a coisa pegue, o que realmente responderia Proteus a Prometeu quando o desejo maior de Ícaro na mitologia grega era senão mais que voar próximo ao sol!? Talvez se este tivesse ouvido melhor os conselhos do pai Dédalo (na Grécia, claro) em levar consigo ao menos um bronzeador spray Best Bronze, Natura, Sundown, ou um popular Urucu, Sapolan, nos dias de hoje ele não se torturasse em ter cedido, por exemplo, um chip a mais para a sua criatura, repetimos, anos e anos a fio em coma – e inteirinha daquele jeito”. Antes que me esqueça, fecha aspas. Findo o fato, e nem sei porque fui tocar nesse assunto, (quando a nova campanha eleitoral da “Dilma de Vermelho” e do Lula aparece reluzente na telinha, assegurando às mil maravilhas que o PAC emocional passa bem de saúde), vai ver que foi por isso que comprei dois joguinhos de paciência para brincar na hora de ligar a minha tevê à manivela – antiga como ela só... com uma válvula apenas, quase apagada). Um para ter paciência na hora de assistir, e outro na hora de não ter. Visto pelo que, ainda, (1, 2, 3...) foi-se o tempo que novela brasileira fazia donas e mais donas de casa roer até mesmo as unhas dos pés, vendo-se livres das manicures doidas por um “bife”. - Apertem os controles porque a minha “mulher robô” sumiu, isto sim, por falta de um Mc Chip Feliz na cabeça de quem. E tenha santa malvadeza perto do que vou clicar agora dentro deste “meu-seu-tal” admirável mundo (sic, atual/virtual) todo! Cadê o meu playstation que estava aqui? O racker comeu, é?
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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