• As grandes questões com que nos deparamos nos dias atuais já estavam sendo denunciadas em 1907 pelo grande Pio X. Leia aqui. • No tema "A cidade que nós queremos" há muito que se discutir, mas não vejo isso em nenhuma pauta da política local. Nem na dos políticos, nem na da sociedade civil. Não há unidade nas políticas públicas. Se é que há políticas públicas. Ubatuba precisa deixar de ter agenda ditada pelas circunstâncias, pela pressão do momento. • O que o turista quer? Eis um tema interessante a ser discutido por futuros gestores do turismo. Foi abordado pelo jovem arquiteto de Ilhabela, O Christian Rocha, aqui na O Guaruçá. • Mais um bom filme dirigido pelo excelente Clint Eastwood: Além da Vida. • Fumacê esteve em casa. Blitz contra a dengue. Parabéns aos servidores e à administração municipal. Espero que esse combate seja sem trégua, mesmo durante o inverno. Já tive dengue uma vez. Não a desejo para o pior dos meus inimigos... A alguns deles, quem sabe... A dengue é a mãe, digo, a madrasta Gaia mandando ver. Não perdoa nem mesmo os verdinhos idólatras da natureza. • O Jornal Maranduba News, do denodado Emilio Campi, já caiu no gosto popular. Faz mais pela preservação da memória caiçara do que certas instituições. Chamam a atenção os textos da Cristina Oliveira. Ela consegue, com talento, fazer um retrato poético concentrado do que foi o caiçara na sua simplicidade: "Mamãe havia feito um espanador com penas da cauda de um galo que, no dia anterior, servira de mistura para os parentes que vieram nos visitar. Recordo-me dela passando o espanador no fogão, tirando toda a cinza, os restos de carvão" [...] "Aos domingos, as missas e, depois, o campo de futebol era o ponto de encontro do pessoal, ali você sabia de tudo, era um ponto de referência para tudo, principalmente para os mutirões." [...] "Víamos ainda homens carregando pela estrada as mulheres em bicicletas, elas sentadas de lado com a perna cruzada e sombrinha". Quem conheceu o caiçara sabe identificar nesses textos toda uma época, toda uma cultura resumida nesses pequenos flashes, que eu diria verdadeiras epifanias poéticas. Nessa descrição do espanador, lembrei-me de minha avó Maria, sentadinha num banco de madeira ao lado do fogão à lenha, depois dos afazeres domésticos. Sou leitor assíduo, sou fã da Cristina Oliveira.
Nota do Editor: Eduardo Antonio de Souza Netto [1952 - 2012], caiçara, prosador (nas horas vácuas) de Ubatuba, para Ubatuba et orbi.
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