Julinho Mendes | |
De toda história, de toda cultura, de tudo que representa e de tudo que ainda esperamos servir a essa terra de Coaquira, eis o “Casarão”. Em ruínas? Abandonado? Deteriorando? Eu não diria o contrário! E as pessoas perguntam, lamentam, sentem a indiferença por parte de seus representantes políticos, enfim, o “Casarão” vai feito canoa a “rolá”. O tempo lhe dará o destino e é o que nos resta esperar! Infiltrações lhe atingem o interno; no externo é notório o crescimento de cipós e outras vegetações que se apossam de seu telhado e de suas frágeis paredes. É um dos últimos patrimônios arquitetônicos de nossa história e diz a lenda que é tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. (Que vantagem?) O prédio também fica a ver navios a espera de uma restauração. Entram e saem prefeitos, vereadores, secretários de Turismo, presidentes da Fundação... e nada de ação, de reação e nem restauração. Que tombe o “Casarão”! Arrelá! Com tanta gente à badulaque nessa... né rapaz, e nenhuma preocupação em ação de restauração para resgatar (lembram dessa palavra?) o “Casarão”? É, mas não tem jeito, não! Talvez na outra gestão! Mas, e se uma nuvem de sabedoria atingir agora os nossos fabulosos edis e em comissão, exigirem do governador ou do ministro da Cultura para que o nosso “Casarão” fosse brevemente restaurado? Será que não seriam ouvidos, não teriam uma resposta, uma promessa??? Acredito que o estado maior daria uma atenção. Argumentos para uma restauração em nosso “Casarão” não faltam! Gente para preparar argumentações, tá saindo pela culatra; advogados para estudarem as leis de incentivo à cultura, tá dando trombada, então... Sr. Dudu, não sei se continua carnívoro ou se já mudou pra turma dos vegetarianos, mas assim, de repente, numa churrascada, não daria pro senhor dar uma indireta para os seus assessores ou para a meia dúzia de seus vereadores para que formem uma comissão e reivindiquem a restauração de nosso “Casarão”? Tem dinheiro pra caramba, para essa finalidade, tanto na Secretaria de Cultura do Estado como no Ministério. Só que é preciso elaborar um projeto, argumentos, mostrar a importância de nosso “Casarão” para o desenvolvimento turístico de nossa região. A Copa do Mundo e as Olimpíadas estão aí, batendo em nossa porta! Não seria um reforço? Que coincidência! No exato momento em que escrevo este artigo, ouço em reportagem na TV: “O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou na manhã desta sexta-feira o conjunto urbano de São Luiz do Paraitinga (170 km de São Paulo) o mais novo patrimônio cultural brasileiro. Entre os valores apontados no estudo do órgão, estão as características arquitetônicas e o traçado urbano dos períodos colonial e imperial.” Taí! E nós aqui não conseguimos a restauração de um único traçado urbano dos períodos colonial e imperial? Sai da moita! Tire o burro da sombra! Garoupa não se pesca com minhoca! Tá demais de lindo as moções dadas até agora, mas no meio dessas um documento forte reivindicando ao Ministério da Cultura tal restauração, seria mais lindo ainda. - Ah, já fizemos tal pedido! Vão dizer. Respondo: - Façam de novo! Exijam, cobrem! A turma lá de cima não desce aqui pedindo votos, fazendo promessas etc.? Ah, deixa pra lá! Pra que inventar moda, arranjar trabalho? Deixa como tá e além do mais, a massa votante não tá nem aí pra “Casarão”, pra cultura, pra educação. Vem aí o super show de verão, com a volta do Trombini e pista de patinação. O povão vai ficar alucinadão! É! É iso mesmo! Continuamos a ver navios e apreciar a onda de moções, e viva o verão do “super”! Ah! Que mal pergunte: Será que parte do lucro arrecadado no super show de verão, será destinado à elaboração de um decente carnaval de rua em Ubatuba? “Carnaval do Casarão”?
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