Tevê à manivela
• Presidenta eleita, adversário deposto, o negócio é o seguinte: O que vem mesmo depois da vírgula? Afora com os próprios engasgos porque passamos na hora de querer falar corretamente – sem descontar uma sílaba sequer com o novo acordo ortográfico, o Aurélio, o Houassis, que se cubram em recolher a velharia – porque quando se tem a língua presa fica difícil mesmo querer manter o bom entendimento. Agora se existe a diferença entre o homem-presidente e a mulher-presidenta, ora pois... Na pressa engolimos bem mais que os monossílabos. Nessa vale até grudar o “S” na dentadura postiça e que não precisamos usar Corega de classe A, B ou C para se sentir mais seguros. Ou não foi à toa que a Cecília Meirelles escreveu para a eternidade, no poema “Ou isto ou aquilo”: (...) “Mas não consegui entender ainda / qual é melhor: se é isto ou aquilo”? Há quem aposte, de antemão, que a nova “presidenta eleita” (se houve outra antes não estou certo), perto do “adversário deposto” (ainda na voz da Cecília Meirelles): “Quem sobe nos ares não fica no chão / quem fica no chão não sobe nos ares.” E vai rolar a festa, hein? • Se vêm novas e fresquinhas sucessões, “via torpedos”, pós eleições? Ora, ora, ora, tempos atrás não dissemos por aqui em forma de pergunta que tudo não é tão lindo, limpo e maravilhoso!? A frase pode não ser daquelas, e antes que me censurem, sem exageros, digo alto e em bom tom: “Ensinar a pescar, nada contra. Só que pescar jacaré com isca de peixe e vara curta, podemos concluir facilmente no que pode resultar, falei?” Vão me censurar, socorro. Vou me esconder na casa da minha amiga “NET”. Querem me redimensionar ao quadro negro! Wow... • Como? Se algumas cabeças pensantes querem me levar de volta, idem, para o passado, no cárcere privado do meu “penso, logo existo”? Alto lá! Que só para outro início de conversa você não precisa ser nenhum Neds em querer comer um bife a cavalo e ter que ir a um jockey clube, aras, algo do tipo. Já assistir corrida de cavalo-marinho isso é uma outra história, Joãozinho, é uma outra história... • Aliás, tem aquela ainda que pode ser dita assim, que “é uma vez na vida, outra na sorte”. Se trocam tudo, eu também troco, bolas. Fazer figurino todo mundo faz e não é só coisa de novela da Globo, não. Na disputa do “ou eu, ou ele” muitas vezes nem somente fica por conta do autor. Onde come um, 2, 3, quatro, hoje comem 5, seis! Não viram a performance da personagem Stela Gouveia (Maitê Proença), em “Passione”? De repente se ela fosse menos “Devassa”, ops, olha o plágio, a forçada, como queiram, eu também entraria na fila! A lista na repescagem da moça aí em questão nem mais relaxa. Só goza, né! • E mais! Nessa saga (eu disse mal?) rolada aí do Silvio de Abreu (por certo à base de muita tarantela e dublês de carcamanos, ops) ao final é bem capaz que não sobre ninguém para atuar naquele famoso e indiscutível capítulo: “...e foram felizes para sempre”. Quanto ao pretendido álibi versus fato no linha do “Você decide”, dizem que é entretenimento. Outros, que é para provocar nervosismos, fidelidade matrimonial, partidária. Entendeu espírito da coisa? Não? Então tome nota que em “Passione” a próxima vítima pode ser você – fiel e dedicado refém da poltrona de canto da sala que está pedindo uma boa reforma urgente. • Nada inocente em lembrar um pouco do tudo como dantes no quartel d´Abrantes... Como não temos mais “Open Debates” (bocas), nada inocente também em reafirmar por essas malfadadas entrelinhas, que do criador, a cópia (sem esquecer dos inevitáveis aprendizes imitadores, justo e claro), porém do cara pensar que foi ele quem fez é bem mais do que desejar convencer a nação (inversa?) a atuar numa miragem só, onde você vira, vira, vira e tudo continua como está. O que não precisamos grifar em letras GARRAFAIS é que do jacaré dito a pouco vai querer engolir além da isca toda. E tome nota que o ato de confundir serve mais é pro sujeito ganhar tempo. Tempo para pensar que na atualidade o coração é aquele que ainda padece. E uma vez que aquele maldito galo vá cantar por muito na minha cabeça, por hora encer(ra)mos por aqui. Onde come um, comem 2, 3, 4, cinco, seis até mesmo na casa do Mário. Aquele que...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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