Marcos Guerra | |
Na imagem acima é possível perceber que a derrubada do muro não foi suficiente para derrubar os anseios de tornar particular o que é público. Mais uma vez sou obrigado a falar sobre o caso envolvendo um suposto condomínio localizado entre o bairro do Jardim Alice e o morro da “Vermelhinha”. Diferentemente do que pretende insinuar a placa, a rua em questão não é sem saída, pois é possível, através da mesma, acessar o morro da “Vermelhinha” que fornece acesso a praia. Por mais que eu possa me compadecer das agruras de quem não possui condições financeiras de adquirir um imóvel em condomínio ou em loteamento de alto padrão, não posso concordar que, em detrimento da legislação existente, algumas pessoas, se julgando mais espertas que as demais, resolvam, simplesmente, ir aos poucos, ao apagar das luzes, tornando particular o que é e sempre foi público. É exatamente esse tipo de mentalidade, também conhecida como “lei de Gerson”, que faz com que Ubatuba seja considerada, por muitos, como terra de ninguém. São essas atitudes que sobrecarregam o Ministério Público, tendo em vista que o mesmo não pode concordar com atitudes dessa natureza e, mediante representação, passa a ser obrigado a se manifestar no sentido de coibir tais desmandos. Apesar de simpática, a placa da imagem acima não se assemelha em nada às placas oficiais do município. É, portanto, de se supor que tal placa não tenha sido autorizada pela municipalidade, quer seja pela informação mentirosa que possui, quer seja por não estar com a padronização oficial. Se não foi autorizada não deveria estar no local em que foi fixada. Já imaginei locais inusitados para a colocação de tal placa, porém, como não pretendo interferir na livre escolha de seus proprietários prefiro, por hora, não me manifestar.
Nota do Editor: Marcos de Barros Leopoldo Guerra, natural de São Paulo - SP, morador de Ubatuba desde 2001, é empresário na área de consultoria tributária.
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