Tevê à manivela
Congelada ou não, essa vem no capricho! Mas que não me falhe a memória em ter lido em algum canal da impiedosa internet que “bêbado, quando erra o primeiro degrau, erra toda a escada”, recordo também da anedota daquele pobre “cumpanheiro” que “enxugou” todas ao final do dia, procurando as chaves debaixo do poste, onde há luz para todos – pelo menos fora de época de apagão. Só não vamos alongar mais nesse parágrafo, acaso eles inventem a lei do bafômetro para pedestre, que eu não vou tirar o meu da reta, não senhor. O que, o que? “Objeto Voador (de ½ quilo) Não Identificado” na cabeça do José Serra? Com tanta democracia, recordo a grosso modo (diabos, vivo recordando) que durante a “Marcha dos 100 Mil”, no Rio, em 1968 – comigo ainda recém separado do cordão umbilical –, alguns cartazes estudantis estampavam, qual está nos livros que querem remontar a nossa história: “Mal fala. Mal ouve. Mal vê”. Em outro: “Contra a opressão. Contra a censura”. E em mais um: “O abono é tapeação”. O sempre velho e difícil lema em separar a clara e a neve no meio da omelete. Eis a questão! Aliás, tamanha a diplomacia com que vem sendo conduzida essa reta final entre os dois candidatos principais à presidência – não vamos (sic) esquecer da centena de atores coadjuvantes, almejando alguma posição – mas numa pequena menção ao quesito vale-tudo, vale até pedir voto na ala dos pacientes em estado terminal, ops, e não sou eu quem está tirando o tubo. (Bolas, não tem a coisa do “segundo disseram”, o refúgio de alguém ter falado por nós?) Na diplomacia, idem, do tomá-lá-dá-cá (no hífen, por excelência da antiga ortografia que não abro mão – me processem!) alguns ganham mais do que em partida de sinuca. E que sopapos todo mundo tem obrigação de saber o que é e não me apoquente com mais pedidos de explicações. Ou, porque cargas d´água ninguém quis abrir a CAIXA PRETA do partido de um incansável CABO ELEITORAL nem da sua provável sucessora, há quem levante a poeira e deseje dar a volta por cima. Já vasculhar a Caixa de Pandora e descobrir o que Prometeu escondeu lá dentro, espalhando alguns males – até necessários – para povoar o mundo, vamos apurar. “Ainda que eu interpretasse a língua de todos esses políticos...”. Tão próximo do projeto inPACtante do “Minha casa, minha dívida” que enganam nós, de belas, boas e instantâneas intenções todos estamos felizes, sim senhor. Ir às favas à essa altura do campeonato, quando decidir por A+B (além dos coadjuvantes) se faz surgir. Como fiel militante sem-partido e “Ouvidor-mor” nunca ouvi dizer do bom político seguir carreira solo na história desse país. Onde fico mais é com o refrão pouco harmônico de Los Recuerdos de Yoyo. “Ainda que eu interpretasse... ao verbo, as verbas” (sic). Graúdas. Se por acaso na lista de filmes a serem premiados por aí, como do “Filho do Brasil” acrescentaria os enlatados: “O homem que sabia demais” (do mestre do suspense, Alfred Hitchcok, 1956, com o James Stewart) e “Assim Caminha a Humanidade” (do George Stevens, idem, 1956, com o rebelde James Dean, a Elizabeth Taylor e o Rock Hudson). Quem iria levar a estatueta de melhor diretor, melhor ator, melhor figurinista, melhor marqueteiro no tapetão “Vermelho Estrelado”, a sessão e-pipoca comeria solta. Aplausos para o comitê de chegada em parceria com o biruta de aeroporto, please! Quê! Mais debates acalorados, luvas de pelica, bala kids, halls sabor menta e o que mais tiver direito para temperar no bichinho do hã-hã na garganta? De fato, engasgamos mesmo no bloco do que vem sempre depois da réplica, da tréplica. “Ainda que eu tivesse...” o dom de conectar o linha com a D.(®), sem embromação, papas na linha, o que mostraria a tal Caixa Preta, hein? Quanto ao pedido da pizza semi-pronta? Bolas! Se na enquete da impiedosa NET questionaram sobre a sindicância que investiga a acusação de tráfico de influência na Casa Civil, prorrogada para depois das eleições, esperavas mais o quê, hein, Joãozinho? Via de regra – com ou sem o emprego do sistema fast food – pizza, hoje em dia, engolimos até mesmo aquelas preparadas com bastante molho picante e abobrinhas no capricho. Mais quatro voltas no mesmo parafuso? Ora, ora, ora... Transformers eleitoral? “Eitanóiz” (há quem aposte, de etanol), tenha santa malvadeza. PS.: Vale mais uma nesta “Final Eleitoral”, do tipo “O Império Contra-ataca”, no jogo do “abafa”? Torçamos positivos, que manter o dom de ser caloteiro não é privilégio de muitos. Ainda que eu tivesse... – Garçom, passa a régua e pendura mais essa no prego que depois eu pago.
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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