Tevê à manivela
Urgente. Tratar dia 3 de outubro nas urnas de todo o país, inclusive para os mais distantes, mesmo aqueles indecisos, sem experiência! Início imediato com breve “barulhinho ensurdecedor” nos ouvidos. Promete-se bem. E como! Aliás, tão perto do que podemos esperar numa época de caça aos votos (algo assim também do que poderia ser melhor tabulado, “por um bom punhado de votos”), o que vale na maioria dos casos – delicados, grife-se lá – é a lei da oferta e da procura. Quem se candidata? Não é preciso experiência, repetimos, basta saber clicar e CONFIRMAR. Paga-se bem ao Contratante inclinado a viver (ou seria recolher?) em profundas e “rendosas” regalias com o passar dos tempos. Só anote que a lista é grande. E como! Agora, se por acaso ando supersticioso com campanhas do tipo “reprise”, ou que desse filme todos assistimos, tenho – e sempre tive – receios do Treze. Dizem que dá azar e se bobear a gente acaba engolindo mais um sapo, pensando que é rã. Como escreveu certo poeta (se não escreveu, devia de ter escrito) mas, é barriga vazia depois de tanto mistério... Atos secretos, sim, senhor! “Valei-me, isto sim, minha Santinha do Livramento, Pois, não há os santos Nesse paraíso todo que prometem colocar nós Sem teto, descamisados, sem eiras, nem beiras.” (Portanto, nada de rimas) Muito pelo que se deste Mandatário que aí está, se tanto tempo teve para fazer... o seu sucessor o fará? E por que haverão de não querer causar maior inPAC, vivendo em tão glorioso berço esplêndido! (Anote-se lá, em letras GARRAFAIS, por onde anda a bandeira dos Sem-(fome, fronteiras)? Seu sucessor escolhido ainda que pela falta do dedo mindinho – o número cinco da mão, aquele visto como acessório decorativo, que achou um ovo, mas que o indicador o fritou, e que o polegar lambariou. Balelas. Contemporâneas. Por outro lado, A Promessa em meio ao céu estrelado, lembramos que mesmo as estrelas mudam de lugar. E como! Mudam para melhor – há quem duvide – no que não fica tão às claras. Por isso a GRANDE PROCURA. Até mesmo para quem meramente sorridente não se intimida ao que possa significar um “biruta de aeroporto” e que ganhar no tapetão pode significar o elemento surpresa. Será o milagre do novo crescimento nunca visto antes, em câmera lenta?... como se ninguém tivesse somado na conta escandalosa dos mãos-leves, ligeiras – aquelas se apossaram do que garantem por ser dinheiro público. Se é público, bolas, porque somente uma parte engrandecida faz uso dele? Valei-me, isto sim, minha Santinha do Livramento. A panacéia neoliberal tende a continuar. Valei-me de tamanha lista eletiva, com tantas notas ofensivas de rodapé e que sequer lembramos da pobre finada Velhinha de Taubaté. Por outro lado, procura-se eleitores! Urgente! A contra indicação é opcional. Se pela “Brilhante Estrela” ora lá, ou (ou, ou, ou...) e que pela escolha do meu mindinho ausente podemos vibrar: “Open the debates!”, num Governo que virou “Guverno”. Há quem aposte num novo acordo fonográfico, bilabial, essas mudanças que dizem que é para melhorar (ou livrar) a nossa cara lá fora. Coisa que o “Café com o Presidente” já podem empastelar: “Merenda com a D(®)”. Detalhe é que em breve teremos que recorrer à frase: “Abaixo a dentadura. Postiça”. O que fica mais duro de ouvir nesse emaranhado todo de fórmulas mágicas (That´s incredible!) e que ninguém compreendeu direito, é o fato de que para se atravessar a parede invisível é preciso descobrir aonde ela está. Num pequeno expoente, vale a anedota do “UM 7 Hummm” em cadeia nacional? Ops! Tanto é que ouvi dizer por aí é que na impaciência de querer vencer, é que se faz perder. Aonde é que foi parar o meu banco de dados, minha imunidade política, altruísta, o meu direito de ir e revir? E se ao final desta decisiva etapa toda no considerado “país do futebol” ninguém percebeu que contamos com mais bolas fora do que dentro, é bom não passar em branco, porque o juiz comete suas gafes. E como! Tenho minhas dúvidas, e que embora viva de supersticioso a “não biruta de aeroporto”, como é que a nossa “Mãe Adotiva” vai acalentar essa gente toda no peito, hein? Meu Deus! Eles projetam milagres em tudo. Agora, quem CONFIRMA pelo certo e duvidoso (e não necessariamente nessa ordem) são outros mil e quinhentos. Precisa-se, isto sim, para início imediato, é de alguém que não fique apenas no famoso e esquecido aceno. Pastel de vento, coxinha de frango do tipo “Jesus te chama”, na hora do mata-fome, todo mundo come. O duro, depois, é aguentar a famosa e inevitável má digestão. Azul neles!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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