Julinho Mendes | |
Ouvi dizer que de todas as vocações, a política é a mais nobre. Não concordo! Nobre é a vocação para a medicina, a música, a engenharia... Acho que entendi errado! Não seria: de todas as vocações, a política é a mais “pobre”? Aí concordo! Ouvi dizer que vocação é um chamado interior de amor: chamado de um amor por um “fazer”. Isso eu concordo! “Chamado de amor por um fazer” e não o que muitos dessas terras de Coaquira e de outras brasilidades, politiqueiros de plantão acham: chamado de amor em se fazer, ou em fazer a si. É aí a confusão que fazem os politiqueiros, pensando serem políticos! Do Grego eu li que, política vem de polis, cidade. “A cidade era para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade, e assim, o político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade”. Que liiiindo! Esse dizer, só mesmo na Grécia de antigamente, porque aqui nas terras de Coaquira, como diria Papai Noel: “Rô, rô, rô... ó!” Se bem que ouvi dizer de se tratando de político e não de politiqueiro. E o que temos ultimamente em nossa terra? Ouvi dizer que político por vocação é um apaixonado pela grande horta cultivada para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão da pequena horta em sua casa e cultiva horta pela cidade toda. Já o politiqueiro, aquele profissional do umbigo, que só vive disso, planta sua horta em seu quintal e no quintal dos laranjas, com adubo especial que lhe dá frutos, e muitos frutos, mesmo depois de deixar o cargo. Exemplos não nos faltam e não nos faltarão! Ouvi dizer que “vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer está no ganho que a ação deriva”. Temos nas terras de Coaquira, políticos por vocação ou por profissão? Não é difícil de responder! Continuaremos com políticos por profissão, ou mudaremos, através do voto, para políticos por vocação? (Essa pergunta é pra vestibular do ITA. Tá difícil pra caramba de responder!) Será que não vai aparecer um “Cristo” por vocação nas terras de Coaquira? Quem? Pela fraca atuação oposicionista que vejo em nossa cidade, das duas, as duas: não temos oposição por vocação e muito menos oposição por profissão, consequentemente, num futuro próximo, não teremos político por vocação e continuaremos ter politiqueiros a se profissionalizarem. Por que tiro essa conclusão? Veja bem, caro leitor: os últimos acontecimentos de escândalos em nossa cidade dariam um prato cheio para os futuros pretensos políticos (principalmente os que almejam o cargo de prefeito) se alavancarem firmando compromissos com a população fazendo política por vocação (por fim aos apadrinhamentos, fim dos cabides de emprego, fim de alugueis de casas, fim de obras que começa e não acaba, fim do abandono cultural, fim de zona azul, fim ao transbordo do lixo, fim da terceirização da merenda, fim da terceirização da limpeza...), mas ninguém se habilita. Por que será? Será porque os futuros pretensos gestores municipais têm os mesmos pensamentos desses que há anos vêm afundando a cidade? Não é brincadeira não! As eleições estão aí e vale desde já pensarmos no futuro das terras de Coaquira, pois tem candidato profissional e seus respectivos apoiadores rodando por aí e querendo se manter na profissão, depois vão apoiar o continuísmo profissional daqui, e nós aqui vendo a horta dos profissionais dando tomates até em pé de couve, abobrinha em pé de nabo, mandioca em cacho de banana... O impressionante é que agora os profissionais da política estão colocando em suas rendosas hortas tiriricas. Não é estranho? Horta não combina com tiriricas, tiririca é praga! Mas é aí que os politiqueiros são profissionais. O povão vive na tiririca: tiririca em filas de hospitais, tiririca por falta de saneamento, tiririca da buraqueira, tiririca da educação, tiririca da falta de segurança... Plantando tiriricas em um pedacinho de suas hortas, os politiqueiros profissionais, têm respaldo do povo que vive na tiririca e continuarão com suas hortas sadias e rendosas. A vocação também é uma coisa que de repente aflora no cidadão, vá que numa hora dessas aflora a vocação num tiririca desses e o cara sabendo e conhecendo o estado tiririca do povo, acabe com a horta do politiqueiro profissional e cultive horta na terra do povo. Não dá pra apostar! O jeito é termos consciência e procurarmos candidatos que nunca estiveram com seus nomes na “ficha suja”, que não oferecem uma de suas empresas e serviços as cidades, que nunca estiveram envolvidos em escândalos, enfim, opções não nos faltam. Basta querermos reverter essas situações. Exemplos de cidades que já se transformaram há vários nesse Brasil. De tiriricas, de laranjas, de politiqueiros profissionais, temos que aplicar o famoso mata-mato, mata-fungo e principalmente mata-ratos. Acorda Brasil, acorda Ubatuba!!!
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