No próximo dia 03 de outubro elegeremos presidente, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais. Além das já consagradas figurinhas carimbadas que sempre participam e sempre perdem, teremos um grande número de “artistas” muito conhecidos no cenário nacional, bem como outros que se julgam celebridades por aparecerem na televisão ou em revistas que visam enaltecer e divulgar pessoas que se julgam pertencer a “elite”. Por mais que os políticos e partidos políticos tenham transformado a política em um grande picadeiro, a contratação de palhaços supostamente profissionais em nada ajudará a reverter esse processo de desmoralização das instituições existentes e que deveriam ser a base de um Estado de Direito e Cidadania. Não menciono o vocábulo democracia pois o mesmo já foi prostituído e é muito mais utilizado por déspotas e ímprobos do que por cidadãos que realmente vivem e praticam a cidadania. Antes de votar devemos saber separar e classificar os candidatos. Para que tal classificação seja realizada é necessário saber a finalidade de cada cargo e quais os poderes de decisão e ação a ele relacionados. Também se faz necessário imaginar o seu candidato ocupando a cadeira para a qual pretende se eleger. Apesar de tais atitudes não alterarem de imediato, o caos político em que vivemos, certamente haverá uma conscientização muito maior da importância do ato de votar. Um eleitor mais consciente certamente se tornará um cidadão mais contundente e eficaz cobrando o trabalho dos eleitos. Tiririca, mulheres com nome de fruta, pessoas conhecidas por apelido como netinho, cantores, apresentadores e até mesmo socialites fazem parte do rol de pretensos ocupantes de cargos eletivos. Tiririca é praga de jardim, fruta só é boa enquanto madura, os avós do tal netinho são ilustres desconhecidos e socialite é, quando muito, útil para organizar uma festinha ou jantar. A competência, o sucesso, a capacidade e a utilidade de uma pessoa não são fatores absolutos e sim circunstanciais. Na realidade tudo na vida possui importância relativa. Um copo de água é fundamental para quem está perdido no deserto e totalmente desnecessário para quem está se afogando em uma piscina. A televisão possui o poder de divulgar para muitos, rapidamente, a imagem de quem quer que seja. Qualquer pessoa que tenha sua imagem exposta e divulgada por um determinado período, automaticamente, se torna celebridade. Somente com o tempo poderemos identificar os que realmente possuem capacidade e qualidade para permanecer no rol de profissionais bem sucedidos. De qualquer modo o fato de serem celebridades cometa ou profissionais competentes, pouco importa quando o assunto passa a ser política e capacidade para o exercício da função política. São áreas totalmente distintas e o sucesso em uma não representa, necessariamente, a capacidade para a outra. Se de um lado pode parecer extremamente engraçado eleger palhaços profissionais ou outros que não possuem a menor experiência e conhecimento para a função política, de outro, estaremos facilitando a formação de lobs indesejados e diminuindo a representatividade dos cidadãos. Candidatos sem capacidade para a vida política, quando eleitos, são engolidos pelos políticos profissionais, facilitando assim as composições e criação de atos que prejudicam toda uma população. Por fim é muito importante lembrar que as celebridades somente existem em função de toda uma equipe de produção e divulgação da imagem e dos programas das mesmas. Na vida política não há equipe de produção e divulgação e a luz das supostas estrelas tende a apagar. Sem conhecimento, experiência e capacidade técnica para a função política, tais celebridades, quando eleitas, se tornarão coadjuvantes do grande circo de quinta categoria. Até mesmo para fazer parte do circo é necessário possuir capacidade técnica, haja vista o Cirque Du Soleil.
Nota do Editor: Marcos de Barros Leopoldo Guerra, natural de São Paulo - SP, morador de Ubatuba desde 2001, é empresário na área de consultoria tributária.
|