O Guaruçá, nosso “sirizinho” falante, é uma feliz iniciativa do Luiz Moura, só possível nos dias de hoje, com o advento da internet.

Pouco lido pelos excluídos, bastante lido pelos incluídos e bombardeado pela classe dirigente, O Guaruçá mantém viva aquela rebeldia muito comum em publicações do período da ditadura militar.

Quando se lê O Guaruçá, a sensação é a de que se está diante de um veículo democrático e atual, que transita entre a diversidade de opinião, a cultura e a informação. Artigos escritos por uma grande quantidade de pessoas das mais diversas tendências e posições colocam Ubatuba no cenário digital, de uma forma criativa, democrática e bastante honesta para os padrões da cidade. Sinceramente, em momento algum, se tem a sensação de estar diante de um jornaleco. E olha que há muitos por aí.

Acho importante falar nisso, porque acredito sinceramente nas qualidades desta revista, que mesmo sob fogo cruzado de seus opositores, insiste bravamente em manter sua postura combativa, por vezes polêmica, mas sempre democrática, no trato de seu conteúdo. Talvez seja este seu maior mérito, e sua desgraça também.

Mérito, porque é o único veículo na cidade que abre espaço para o debate. Desgraça, porque ao manter esta postura, acaba atraindo a ira de seus opositores que não conseguem um meio de domesticá-lo.

O Guaruçá, o nosso “sirizinho” falante, já não pertence mais ao Luiz Moura. Ele se tornou um patrimônio de Ubatuba. A pluralidade citada pelo Soçaite em seus textos, o torna um exemplo a ser seguido, que poderíamos traduzir mais ou menos assim: “Ele é plural porque não é de uma forma só. É singular, porque abrange muitas formas.”

Isso, entre outras coisas, tornam O Guaruçá um veículo de extrema importância para o desenvolvimento da cidade. Uma riqueza sem par, nesta Ubatuba contraditória e carente de desenvolvimento.