Tevê à manivela
Como viver no mundo da fama é algo em que tudo pode começar, acontecer e reprisar sempre de novo... Perguntinha infame que não quer calar é a seguinte: “afinal, eles usam ou não usam mais black tie?”. Sem nada querer comparar com o original da peça sócio-política escrita por Gianfrascenco Guarnieri para o Teatro Arena, em 1958, tirar a roupa agora virou moda e não é só coisa de BBB´s enclausurados, não. E também não vamos dar nome aos bois nem às dondocas de pesos e medidas que adoram ficar do jeito que vieram ao mundo (óbvio que com a ajuda das evoluções de mercado, silicone bem aplicado, hair bag e photoshop para complementar o visual). Agora, querer duvidar da fábula da dedicada esposa-companheira Adelita que “en la madrugada se fuê con otro” tão perto dessa nossa nueva era... haja campeonatos até para coelhinhas mais afoitas, enfeitando obeliscos uruguaios. (Falamos da nada menos, ops, Mônica Farro, que turbinou como no prometido, ou deixamos para outros caçadores de talentos de top models perdidas?). Claríssimo, o filé mignon muitas vezes a gente come mesmo é com os olhos e contente-se com isso! Adiante. Tirando uma por conta da casa no bordão do “polvo” unido, jamais será vencido, árduos e dedicados cabos eleitorais andam mais é querendo aproveitar uma lasquinha na isca do molusco alemão Paul para adivinhar quem vai orquestrar nossa máquina administrativa a partir de 2011. Entretanto, há vagas! No país dos finalmente discursando, há de tudo – até para os menos famosos em vias de adesão e mesmo para quem sofre de daltonismo ou que pensa que as estrelas não mudam de lugar. Do tipo “farão tudo o que seu mestre mandar?” e o virtual “olha a língua presa” pela fidelidade partidária, não tem igual. Assim como é certo que a brincadeira do “boca do forno” ninguém sabe da origem, no reino dos mais afortunados é bom destacar que cada caso é um caso. E bem sei, não vamos querer calçar nenhum par de tênis naquele “ladrão descalço” de Washington que roubou carro, avião, mas que só não roubou um trem porque não conseguiu tirar a ferragem dos trilhos. Se virou lenda, pouco interessa. Comparados aos nossos lendários em bater continência, prontos para retornar ao campo de batalha, é relaxar e gozar em ordem alternada. Tudo vai da disposição do que pode ficar vermelho de raiva na hora do “sim, eu juro que não sabia” em noite de debate na TV Bandeirantes. O importante é ter carreira, gostar de uma boa “carreirinha”, sentir-se o dono da bola e daqueles que vivem baseados em que. Se o Nossohomem-lá falou, está falado e o que importa se finalmente a Companheira Marisa deu uma tapa nas madeichas. Vivemos numa democracia bem pensada e arquitetada – entre excelências – que não podem abrir mão do seu fiasco. Do seu merecido ganha-pão, né? Aos que forem entrar no novo pacote eleitoral, o que vale são as intenções. Se em prol de um “polvo” melhor entendido, que jamais será vencido, merecemos a fórmula mágica. Flechadas de palanques à parte, não responda nenhuma enquete agora, não diga sequer sua idade, nem siga na onda da conversa fiada ou de seu portador. Nem mesmo podemos ansiar pela mera expectativa de alguém que por insorte (ou do dedo ausente de mais quem) não ganhar de virada e ir tirando tudo assim, sem ter muito o que mostrar. Quanto ao ladrão descalço de Washington City, o lendário Colton Harris-Moore (que se tivesse optado pelo roubo de um aerotrem arquitetado pelo Levy Fidelix, mas que pode dar origem a um trem-bala, ganharia mais uns pontinhos) e que, isto sim, a turbinada Mônica Farro, por aqui, enfeitaria dezenas de obeliscos até mesmo em épocas de peladinhas regionais. E se naqueles tempos os mais antigos diziam que no melhor da novela é que termina, tem uma aí que promete virar o maior ti, ti ti...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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