Tevê à manivela
Tudo bem que o empréstimo do título aqui corrente seja atribuído à centenária Carmem Miranda, mas que pela lógica da filosofia barata do “meu, eu, tal”, ficamos mesmo é divididos com o rascunho da cópia ao criador. Já que a festa continua... então, “entrem, sentem-se e fiquem a vontade”. Ou não é à toa que vivemos sempre inspirados no que é alheio, hein? Seja na performance invejada da cinquentinha Madonna ou no beijo grudento da Sandra Bullock direto na beiçola sexy hot da Scarlett Johansson, em pleno palco do MTV Movie Awardis, o roteiro não muda. Sit down please! Bananas, aliás, no vox popoli das pesquisas feitas sob encomenda = “para mais” e “para menos” – que torra no purgatório de indecisões até mesmo dos mais distantes ouvintes – também não é por menos. Nem por mais, né? Bananas valem mais, isto sim, do que servir no prato raso a tantos Cesares no reino das abobrinhas! (Falamos agora dos abacaxis, numa pseudo-mudança de reinado-lá? Melhor deixar pra outra hora, pois não queremos confundir o fiel (e)leitor às vésperas de primeiro turno). E nada de querer xeretar, na surdina, sobre o mal interpretado “Biruta de Aeroporto” que pode ser escolhido a dedo pela preferência nacional numa melhor de três. Ora, bem mais que no óbvio do assunto, a enquete vai ser a seguinte: Ou você opta pelo quadradinho 2x1 = “D.L” (de Dilma/Lula), “S” (de Serra) ou pelo “M” (de Marina). O manjado NDA (Nenhuma das alternativas acima) não vale. E anote que ser vice (na ordem dos presidenciáveis), por sorte, ninguém escolhe. Só acolhe, passa ou rejeita. E imagine só de um possível e desatencioso fã clube votar no vice do outro, por pura afinidade, ou como se participasse na disputa de um mero “Aprendiz”, do João Dória Jr.! Muito pelo que, ainda, “O preço certo”, ops, produzido originalmente pelos E.U.A., depois pela empresa holandesa Fremantle Media, e tão bem copiado por aqui, esse a gente paga – ou adivinha – depois. Quando tudo for subindo, subindo... So what! Business... I love you, Shakira (calma, estou apenas respirando, me inspirando nas curvas colombianas). Como? Se já ouvimos alguma daquelas vossas excelências pronunciar em bom tom que vai arriscar fazer carreira solo? Durante a história do “nunca antes nesse país”, nem pensar. Em dupla, trio, quarteto, o sucesso pode ser melhor garantido, verdade? Que “Solamente una vez y nada más” é só na música dos Les Pregoneros que o Julio Iglesias cantou e que o rei Roberto Carlos também herdou. Quem canta seus males espanta – dizem. Aliás, nessa prévia de eleições, tome nota ainda que se o plano “A” não der certo, parta imediatamente para o plano “B”. Arranje um dossiê, condene a baixaria. Blasfeme, escale o padre Quevedo pra tirar toda urucubaca, diga uhuuu... (Re)venda os ultrapassados clichês, santinhos, folhetins e os memoráveis paquês. Invente em um novo reality show! Espie, copie, diga – e pense, principalmente – que o original é seu. Foi você quem fez! Noutro contexto, não querem ressuscitar funcionários “espólios”, os legatários, aqueles que podemos atribuir por sinistros? Manhê, eu também quero poder deitar em berço esplêndido! Que o negócio parece ser barato pra caramba! Igual o Sandy/Jr. fala no comercial da televisão. Agora vamos ter até a tal da “Lei da Felicidade”, com direito a tabelas, carências, filas de mão dupla e mais filas. No caso de algum ocupante do banquinho ao lado – ilustremos – sentir-se lesado, tente outra vez. Bolas, se contamos com um “Cara” que deve ter assistido demais ao épico do “Homem que sabia demais”, com o James Stewart, 1956 –, haja microfones e karaokês no horário gratuito que se aproxima. Psiu pra que, hein? Hein? Uma bem fraquinha, pra terminar?, na pegadinha do “o que é o que é, dá tapinha nas costas, mas não é alfaiate; adora fazer promessas, mas não é bispo ’Mas-Cedo’, ops; gosta de tomar posse (nos dois sentidos) do que é alheio, finge que não se lembra e diz que é seu”... dou-lhe uma, dou-lhe duas! Não ando em 220 Volts, porém, tô ligado. Em amperes. Findo o fato, valei-me, isto sim, que o meu voto nesse novo calendário anda mais é inclinado pro PML (Partido da Maria do Livramento). Quanto ao resto, o plágio continua no Universal. Bananas is my business, my friend! Falei e disse.
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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