Um poema em desconstrução.
A copa do mundo é nossa, com o brasileiro não há quem possa. A copa do mundo é nossa. Qual mundo? Da copa? Da cozinha? Do quarto? Do banheiro? Qual? A copa do mundo é nossa? Seleção do brazil. Seleção da pátria. De chuteiras, de camisas, de meias. Palavras Do dunga, do zangado, do burro. Palavras Sem chuteiras, sem camisas, sem meias. Palavras A copa do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa. Há seleção de gente. A seleção da gente. Nossa seleção. Não a dele, coerente. Não quero um texto. Contexto. Quero um texto. Sem texto. Sem terra, sem teto, sem era nem beira. Papéis na calçada, gente no chão. De giz, de estrelas. A copa do mundo é nossa Com brasileiro não há quem possa. Lula é o cara. Futebol, samba, rock, axé. Tudo isso e muito mais. Somos o novo eldorado do mundo. Em se plantando, tudo dá. Yes, nos temos banana. Fábricas de carros, mercado consumidor, mercado de peixes e de capitais. Somos um país que foi pra frente. Finalmente, conseguimos ser igual a eles. Quebrar, nos já quebramos algumas vezes. Temos um operário Só nos falta um negro para presidente. Este é um país que foi pra frente.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
|