Tevê à manivela
• O negócio é o seguinte, ante aquela velha cantiga do “passa-passa, três vezes” perto do último (ou daquele que brincou de furar a fila) ficar, na atmosfera global agora só vai dar Passione. O que quer dizer, acabou uma e tudo parece a cara – e o espírito – da outra. Daí o porque de um grupo de amigos maldizer que eu vivo remando no túnel do tempo. Remando, remendo e boiando! • Via de regra, de verdade, de verdade mesmo, talvez tenha chegado a hora do meu capítulo UM versículo 1º, sair correndo da sala e gritar: “Querida, a minha bolsa também estourou!”. Bate firme aí na máquina de escrever que ela ainda funciona. • Bolas, com tantas mudanças no cenário da vida e como ela deveria de ser encenada, a hipótese muitas vezes pode resultar no óbvio de tamanhas surpresas. Hã? Se novamente voltamos naquele tópico do “onde come um, comem dois, três” (e não é coisa de fome zero, nem tampouco promessa de “O REFORÇO”, se a Dilma ganhar) ampliamos, isto sim, o triângulo amoroso das bermudas. • Temos que admitir, idem, que com esse negócio todo de triângulo tamanho família, nossos autores noveleiros colocaram fim na assumida bigamia ora tão em desuso nos nossos dicionários. E o pior é que ninguém deve mais se lembrar o que é isso ou sequer reclamar em ter pedido somente a mão da amada em casamento. Se isso significa algum tipo de acordo ortográfico, bom, é bom a gente perguntar pro Lula que ele responde. Na lata e com a língua presa. • Traduzindo – e o que quer dizer – pular a cerca, brincar de esconde-esconde no armário, tá esquentando... Merci boku, Chapinha. Que em negócio de novela o único personagem leal pra mim é o Antonio Fagundes (sic) que vive o papel de Leal Cordeiro em “Tempos Modernos” e que fica com três, quatro, mas que ama só uma. Só não ponham a Nelinha (Fernanda Vasconcellos) nesse troca-troca no tal do “até que a sorte os separe”, que eu ando mais é de olho na Goretti (Regiane Alves). Uma bela rima para o lema da minha vizinha Ivete Canivete. • Mais! Quer sentir-se um pouco mais aliviado, ops, com esse enxame todo de “baseados” em que? (e não é coisa só pro Fernando Gabeira nem pra Soninha aspirar em campanhas com os adeptos pela liberação da Marijoana), ando mais é com as minhas juntas soltas. Passione promete o que as demais prometeram. NADA de tão muito NOVO! Diga-se lá, com a Clara (Mariana Ximenes), que vai brincar de minha vilã, minha vilãzinha, lembra mais o personagem da também enfermeira vilã Nice (Suzana Vieira), de “Anjo Mau” (1976), quando ainda o achatado “triângulo amoroso” era com o José Wilker e a Renée de Vielmond – voilá, Rodrigo e Léa, entre outras “taras” mais. Falamos agora da Stela (Maitê Proença), que adora “pegar” uma praia com os garotões? Dessa a gente fala em oportunidade futura. Sorte é que a Clara não corre o risco de ficar no escuro ou sofrer de um apagão. • Seasons, brothers! Lembre-se que o nosso “Sortilégio Urbano” não tem nada a ver com aquela outra telenovela mexicana produzida por Carla Estrada para a Televisa e que vai muito além do “Boteco do Pimenta”. E senta que vem muito mais emoções na trama do Silvio de Abreu no eixo São Paulo-Itália à base de muita pizza, tarantela e macarronada, com atores de peso e medidas. Fernanda Montenegro em OFF nos SETS de gravação. Precisa de mais alguém para representar (quem sabe) a nossa Maryl Streep nacional? O resto é GAME OVER. – Querida, a minha bolsa também estourou!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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