Uma questão de saúde organizacional e financeira
O retrato da saúde pública brasileira pode ser visto com freqüência nos jornais, revistas e TVs do país. Gente a espera de atendimento pelos corredores dos hospitais, gente não sendo atendida e gente não sendo tratada como gente e entregues a própria sorte. Em Ubatuba, como no resto do país, a situação não é diferente. Quando eleito, Eduardo Cesar, o Prefeito Municipal, trouxe para si a responsabilidade de tentar resolver os problemas da saúde no município, que já se arrastavam há vários anos. Não conseguiu. Esbarrou em vários problemas ao longo do processo de recuperação. Sendo que dois deles foram fundamentais para o não atingimento de seus objetivos. A gestão administrativa e a eterna escassez de recursos. Após mais uma crise vivida na saúde, onde a cidade assistiu consternada a perda de vidas e as conseqüentes manifestações de protesto de parte da população, o executivo municipal tomou a decisão e apostou suas fichas na contratação dos serviços de consultoria da Cruz Vermelha Brasileira, entidade que presta serviços na área da saúde, para conduzir o processo de mudanças na gestão administrativa da Santa Casa. Em artigo publicado neste espaço, “Prefeitura, um choque de gestão (capitalista)”, já alertávamos sobre a necessidade de se adotar mudanças de postura na administração pública para fazer frente as novas exigências do mercado. Conceitos como racionalização de processos, sinergia, mérito, produtividade, capacitação profissional e outras ferramentas que já são largamente utilizadas na iniciativa privada passarão agora a fazer parte do dia-a-dia da Santa Casa de Ubatuba e serão de fundamental importância para o alcance dos objetivos propostos. É consenso, que estas ferramentas auxiliarão na resolução de parte dos problemas. Porém, o grande desafio continuará sendo a obtenção de recursos para que o processo de melhoria contemple também investimentos em contratação, modernização e aquisição de novos equipamentos hospitalares. Agora que o passo foi dado pelo executivo, cumpre-nos acompanhar e cobrar os resultados esperados. O caminho será longo, mas sem dúvida foi um bom recomeço.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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