Este artigo é uma pequena homenagem a todos os jornalistas e comentaristas esportivos que com suas metáforas, clichês e imaginação, nos enchem de sonhos. Meus amigos, no estádio do Pacaembu na capital paulista, assistimos a um confronto memorável entre dois pesos pesados do futebol brasileiro. De um lado o gigante corintiano (lutando para conquistar seu tão sonhado título sul americano) agora na maturidade dos seus 100 anos de tradição e glória. Do outro lado, o não menos tradicional peso pesado do futebol brasileiro, o rubro-negro carioca, dono da maior torcida do Brasil. Foi um duelo de titãs, destes que ficarão na memória de todos. Comentaristas, torcedores, palpiteiros, curiosos, vendedores, flanelinhas, enfim todos que viram o confronto foram testemunhas da histórica noite. O Corinthians, que precisava desesperadamente da vitória para continuar na competição, e estando diante de sua torcida, começou o duelo de forma mais incisiva, possuído talvez por uma força demoníaca, quase divina, começa o combate não dando espaços ao time do Flamengo, que acuado diante do ímpeto de seu adversário procura as cordas e se defende como pode. Fosse uma luta de boxe, eu diria que o Flamengo tinha ido à knock down no primeiro tempo. O gigante rubro-negro beijaria a lona por duas vezes seguidas. Parecia o fim, mas não era. O gigante rubro-negro absorveu os golpes, se levantou e pô-se a lutar novamente. Salvo pelo gongo ao final do primeiro tempo, o Flamengo voltaria outro para o segundo. Agora, já refeito do duro castigo imposto por seu adversário, o rubro-negro carioca parecia ter encontrado forças onde não tinha. É a camisa, dirão seus torcedores. Com um rápido contragolpe no começo do segundo tempo, o Flamengo acertaria com o intrépido e valente Vagner Love, aquele que seria o golpe certeiro e fatal nas pretensões corintianas, e mudaria ali a história do combate, agora, francamente a seu favor. Com um olho no relógio, outro no adversário e com o regulamento nas mãos, o Flamengo passou a administrar o duelo. Com a guarda bem fechada e desferindo rápidos contra golpes, o gigante rubro-negro passou a dominar e a minar as forças de seu oponente, não dando chances para qualquer tipo de reação. Ao final do combate, o gigante corintiano, já cansado e abatido diante da força de seu oponente, tombaria de maneira espetacular diante de quase trinta e cinco mil pessoas presentes ao estádio. Era o fim melancólico do sonho de conquistar a América e o mundo. Amigos, eu vi.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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