Ubatuba tenta, a duras penas, se firmar como cidade turística. Como atrativo principal temos a beleza natural que é unanimidade e como fatores que prejudicam temos, resumidamente, as péssimas condições das ruas, falta de políticas públicas de definição do público que se quer atingir, falta de profissionais qualificados para atendimento do público alvo das classes A e B, falta de profissionais com conhecimento de mais de uma língua, falta de padronização no padrão dos serviços oferecidos pela rede hoteleira se comparada aos padrões nacionais e serviços hospitalares ineficientes e não confiáveis. Atualmente, os incompetentes, eufóricos de plantão, seus apaniguados e os crédulos, acreditam que a vinda da Cruz Vermelha para Ubatuba será a solução de todo o caos criado por Eduardo Cesar com sua intervenção na Santa Casa de Ubatuba. Há um pequeno problema que os iluminados que resolveram trazer a Cruz Vermelha para Ubatuba se esqueceram de analisar no que se refere a imagem atrelada a entidade escolhida. A Cruz Vermelha é mundialmente conhecida por agir em situações de guerra, calamidade ou outras em que todos os mecanismos existentes e disponíveis tenham falhado. Tal imagem é diametralmente oposta aos conceitos de passeio, descanso, segurança e prazer que são relacionados à atividade turística e a um local turístico. É de conhecimento público que tanto a dengue como as viroses do último verão foram fatores determinantes para a queda no número de turistas nas diversas cidades que tiveram problemas com tais enfermidades. Ao atrelar a imagem da Cruz Vermelha ao único hospital de Ubatuba, passaremos a imagem de que além de termos mais hotéis, uma das melhores redes de gastronomia, mais praias, mais área verde preservada que as demais cidades, temos também os maiores problemas de saúde pois somente a Cruz Vermelha pode resolvê-los. Cruz Vermelha nunca foi sinônimo de qualidade incontestável de atendimento e sim de atendimento emergencial a pessoas em sérias dificuldades e sem qualquer opção. Nesse sentido temos a Cruz Vermelha que atuou recentemente em São Luiz do Paraitinga, Chile e Haiti. Cidade em situação de caos e sem opções será a imagem que passaremos de Ubatuba caso permitamos que mais uma das brilhantes idéias de Eduardo Cesar seja colocada em prática. É sempre bom lembrar que Eduardo Cesar garantiu em decreto municipal, por duas vezes, possuir meios técnicos e financeiros para sanar as dívidas da Santa Casa de Ubatuba. Se tais dívidas foram sanadas a intervenção perdeu sua razão de ser. Se não foram terão de ser pois afinal de contas e conforme Hely Lopes Meirelles os atos públicos possuem presunção de legitimidade. A Santa Casa de Ubatuba, em função do decreto de intervenção, se tornou um casamento irretratável para Eduardo Cesar, sem direito a amantes. Ao assinar o decreto Eduardo, na realidade, disse sem escrever, que a relação com a Santa Casa de Ubatuba duraria até que a dívida, caso findasse, os separasse.
Nota do Editor: Marcos de Barros Leopoldo Guerra, natural de São Paulo - SP, morador de Ubatuba desde 2001, é empresário na área de consultoria tributária.
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