Tevê à manivela
Sabe daquele termo ainda pouco utilizado pelo mundo dos NETS (ou seria dos NERDS) por pura, ou por falta de opção quanto ao “antes, o durante e o quanto durar”? Pois muito bem. Enquanto de um lado a grande espera é pela entrega do Oscar e do outro que ficou por conta do show dance music do ex campeão de boxe Mike Tayson, também o nosso dé já vu nacional continua. O jabá (idem, nacional) é uma outra estória que não precisa ser contada por muitas entrelinhas, não. Basta você ligar, ver e pouco se entreter. Seguidores do tudo de novo dentro do que não há nada de muito novo nas nossas programações diárias que os digam. Daí o porque da minha “caixa” particular de mensagens extras viver cheia de reprises perto do que já vimos desde pequenininhos. E uma vez que reinventar é preciso, passou do tempo do Joãozinho ou da Mariazinha sentado por horas na beirada da poltrona, roendo as unhas, perguntando com que cara eu vou? Tome nota, que o lema da saia justa agora quase não vale mais. Ou seja, tem casos que é gritar no linha direta do ouvinte se vai comer agora ou vai levar para comer em casa. E do jeito que a coisa anda, bolas, nem precisamos embrulhar o presente. Vivemos além da era do merci boku em frente às telonas de plasma e que a rapidez do troca-troca de casais a la José Mayer, Taís Araújo e Giovanna Antonelli, em “Viver a Vida” (Globo), funciona muito mais que aos trancos e barrancos. Lavou, tá limpo. Claquete, luz, câmera, ação! Mas não necessariamente nessa ordem, please. E como dentro do nosso receituário da mais santa das malvadeza tem sido o de não é porque você viu na televisão e vai fazer em casa, que não é bem assim que funciona. Se nas tramas repetitivas a cor do dinheiro, o poder e que o mocinho sempre termina com a mocinha, vá lá, que o babado daquele grupo japonês que deu na web estes dias, o “Y-no”, a meu ver, ficou mesmo na vertente do enquanto um toca, o outro canta e os outros balançam. A verdade é que da primeira a gente nunca se esquece, né? Nem mesmo no instrumental. E arigatô uma vírgula! Arigatou, isso, sim, é comendo pelas beiradas nessa caixinha de (poucas) surpresas. E o Pedro Bial que o diga em não poder fugir das regras “em nome do jogo” e ter que aguentar aquela turma toda. Do tudo ou nada, é ganhar, se esforçar (naquele sentido), fazer as trouxas e au revoir. Tudo em nome da irmandade fora de órbita. Afinal das contas, com todo esse rol aí programado a partir das mãos do escocês John Baird (o primeiro cara que colocou para funcionar essa nossa babá eletrônica) e depois aperfeiçoada pelo russo Vladimir Zworykin, o gozado é que não anda mesmo (como dissemos a pouco) acontecendo nada. Só na tecnologia. Do tipo “pensa rápido”, só mesmo imaginando quem está por trás daquela voz robótica do Frank (“Tempos Modernos”) que não anda sendo nada franco assim. Meu Deus, quero ver quando o George Lucas (o criador-criatura de “Guerras nas Estrelas”) for reivindicar participação especial daquele seu robozinho tagarela, com o Antonio Fagundes, soletrando Star Wars. Os intergaláticos – ora transformados em internautas – que puxem da memória. Tal a cópia, o criador e os “baseados” em quê, não tem nada igual. E antes que eu me esqueça – por que vivo esquecendo das coisas... tal a idade que chega pra todo mundo – ainda em clima de entrega do Oscar no Teatro Kodak, em Hollywood City, a minha indicação à tão cobiçada estatueta vai pra... (Tchanan) Sandra Anette Bullock. Com ou sem ela fazendo lipoaspiração, a Maryl Streep que se conforme. Afinal, essa aí já levou tantas estatuetas que dá até para fazer boliche. Cinquentinha, a Sandra Bullock, que nada. É quarentona e ainda mais com um “Anette” desses no meio do nome, merece mais que qualquer avant première. Tanto é que tenho ingerido aqui pílulas e mais pílulas anti ferrugem quem sabe no sentido de uma nova “Proposta Indecente” com a diva. O que, tenho PhD e trabalho por uma boa comida, oras! 50(tinhas) ou 40(tonas)... tô dentro!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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