O carnaval está chegando e mais uma vez teremos o nosso “Festival de Marchinhas Carnavalescas” que acontecerá em volta do coreto da Praça da Matriz de Ubatuba. Pelo que foi divulgado na mídia local, o festival desse ano será em homenagem a São Luiz do Paraitinga. Parabenizo a Fundart pela iniciativa da homenagem. Domingo último, ao terminar a missa na igreja matriz, como sempre faço, ou melhor fazemos, eu, minha mulher, filha e, nesse dia, minha sogra que nos visitava, pretendíamos assistir a nossa Lira Padre Anchieta, mas fomos surpreendidos com o fato de que não haveria o concerto musical, pois o ALAGAMENTO em torno do coreto não possibilitava tal evento. Em minhas orações diárias, e em especial, naquele domingo, dentro de minha igreja, pedi a Deus para não mais apontar os descasos que sofre a nossa cidade, mas ao ver a praça alagada e em estado degradado (desde muito tempo), um diabo no meu ouvido esquerdo me dizia: - Julinho, preeeeeega fogo! E no meu ouvido direito um anjo, todo de “azul Dudu”, me falava assim: - Julinho, preeeeeega fogo, mas devagarzinho! Então segui o conselho do anjo mesmo estando de “azul Dudu”. Lá vai: Senhores politiqueiros, repetentes administradores de nosso município, por favor, dá para deixar a nossa pracinha limpinha e bonitinha para o “Festival de Marchinhas”? O anjo me cutucou dizendo: - Julinho, não tão devagarzinho assim! Fala que o coreto está com uma catinga de urina desgraçada, que os bancos precisam ser pintados, que o obelisco tem que ser lavado... Fala que para aquela água empoçada basta desentupir o ralo. Fala para lavarem o chão com máquina VAP (duas dessas dá conta). Do outro, todo raivoso e invejoso, o diabo interferiu: - Julinho, essas palavras são minhas, o anjo roubou de meu pensamento! Caramba meu! Espantei o anjo, chutei o diabo, fiz o sinal da cruz e fui embora. Em casa, rezei mais uns vinte Pai Nosso, trinta e duas Ave Maria e pedi para que o anjo fosse dizer o que me disse no ouvido de nossos politiqueiros, repetentes administradores. ... e que o alagamento em torno do coreto não faça parte do cenário em homenagem a São Luiz do Paraitinga. Basta desentupir o ralo! “Vamo! Vamo! Vamo!”
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