Enquanto a mentalidade das pessoas que julgam comandar Ubatuba não for alterada, Ubatuba será considerada uma das últimas opções de viagem. Fala-se de turismo e anseia-se por turistas enquanto menosprezam os que possuem imóveis e não moram em Ubatuba. Para eles o que resta é ter bolso aberto e boca fechada. Aqueles que investiram dinheiro em Ubatuba, com a aquisição de imóveis (para finais de semana, férias e ou feriados), forneceram e fornecem empregos (caseiros, diaristas, zeladores, pintores etc.) e pagam seus impostos, não são nem sequer lembrados quando se fala sobre Ubatuba e sobre como poderemos aumentar o fluxo de pessoas ao nosso município. Todos os conhecem e é muito difícil andar por Ubatuba sem ver a residência de um deles. Seja no Centro, no Itaguá, na Maranduba, Praia Grande, entre outros, sempre veremos os sinais da existência dos mesmos. Da mesma forma que em trabalhos de crochê ou tricot, onde podemos imaginar a existência de um pensamento em cada ponto executado, situação análoga ocorre com as propriedades desses eternos relegados a último plano. Cada tijolo, pedra ou lajota dessas propriedades está certamente atrelada a um sonho. Sonho de poder deixar de trabalhar e usufruir das belezas naturais desta cidade. Sonho de deixar o stress das grandes cidades e aproveitar um final de semana junto aos filhos em uma das praias. Sonho de sentir que a cidade onde aplicaram seu dinheiro, auxiliando na criação de novos comércios e empregos, através de seus administradores, corresponderão aos seus anseios, melhorando a qualidade de vida de todos. Da mesma forma que adolescentes que se rebelam contra os pais, nossos administradores cospem em quem lhes deu vida e emprego. Preferem trazer para Ubatuba “paus-de-arara flutuantes” com passageiros dispostos a tudo por uma camiseta e uma volta de ônibus de graça. Verificar os anseios, criar promoções, mostrar que um fim de semana em Ubatuba é mais barato que em São Paulo ou Campinas, enfim, procurar atrair para Ubatuba aqueles que já possuem uma ligação e um interesse pela cidade é uma das melhores formas de atrair movimento o ano todo para Ubatuba pois, caso tal tese não fosse verdadeira, os mesmos, não teriam construído suas casas em nosso município. Talvez isso não seja pensado porque caso esses proprietários de imóveis passem a se interessar mais por Ubatuba é possível, até mesmo, que transfiram seus títulos eleitorais para o município. Esse tipo de eleitor, certamente, não interessa para quem pretende perpetuar atos de incompetência e ilegalidades. Se somente a Praia Grande possui 5.000 unidades habitacionais e se considerarmos que a ocupação de moradores fixos não deva atingir 20% do total, temos um mínimo de 4.000 unidades habitacionais com no mínimo 03 eleitores que não votam em Ubatuba, ou seja, 12.000 eleitores. Mudar vereadores e prefeito de uma única vez pode ser muito mais fácil do que possa parecer.
Nota do Editor: Marcos de Barros Leopoldo Guerra, natural de São Paulo - SP, morador de Ubatuba desde 2001, é empresário na área de consultoria tributária.
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