A destruição de cinco ou sete mil pés de laranja por um trator dirigido por um integrante do MST em propriedade da Cutrale, filmado de um helicóptero da Polícia Militar chocou a todos, passando para o cidadão comum a sensação de que vivemos em um país sem lei, governado por marginais que nada mais fazem que desvirtuar o senso comum para deixar transparecer que somos uma nação que respeita os movimentos sociais. Esses atos se agravam mais ainda quando sabemos que tudo isso, feito nas nossas barbas, são financiados pelos cofres públicos. O MST existe por tolerância dos homens do governo e abusam cada dia mais, acobertados pelo Presidente da República e todo o seu ministério da área social, praticando atos criminosos com a conivência do poder. O mais triste de tudo isso é vermos o esforço politiqueiro de querer dar ao Brasil a categoria de nação de primeiro mundo, esquecendo-se que a figura do trator destruindo plantações foi visto nos quatro cantos do universo, mostrando ao chinês lá de um canto de sua enorme nação, a um esquimó no meio do gelo do Polo Norte ou a um índio nos confins do Canadá esta barbárie. Eu disse barbárie, porque toda a humanidade sabe através de sua cultura, que um dos fundamentos básicos para qualquer civilização é respeitar aos bens dos outros. Para quem conhece o Estado de São Paulo, sabe que a Cutrale é a maior empresa de beneficiamento de laranja do mundo, empregando dezena de milhares de pessoas e contribuindo com divisas para nosso país. Aí somos obrigados a ouvir de um dos líderes do movimento, que destruímos os laranjais para plantar produtos de seu sustento. Laranja é para rico. Para que possamos chegar a uma nação de primeiro mundo ainda temos muito a percorrer e não será com olimpíada, exploração de pré-sal e PAC que chegaremos lá. Antes disto, ou junto com isto, precisamos estabelecer a consciência e o respeito para com terceiros, sejam eles pobres, ricos ou remediados. Precisamos deixar de ser uma nação conivente com o crime e se transformar em um país que respeita todos os seus cidadãos, de todas as raças, cor ou credo e principalmente, de qualquer condição social. Precisamos restabelecer o Estado de Direito, até agora ignorado em nome de movimentos sociais dos menos favorecidos.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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