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COLUNISTA
Julinho Mendes
24/09/2009 - 07h31
E no aperto da barriga...
 
 

Teeeeeerra à viiiiiiiista! Gritou o português depois de tantos dias no mar, insaciado com uma fruta. A princípio o que ele viu foi um cacho de bananas maduras e, segundo o que dizem, comeu a casca e jogou o fruto fora pensando que fosse o caroço. Mas quem disse que banana não tem caroço? Lógico que tem! É só observar uns pontinhos pretos.

A banana além de alimento, sua importância, em tempos idos, influenciava até nos casamentos; ao pedir a mão de uma moça caiçara em namoro ou casamento, o pretendente tinha que ter três dotes: uma canoa, uma roça de mandioca e principalmente uma plantação de bananas, senão não lhe era dado o consentimento para namorar ou casar.

A banana é a fonte de vida. Mamãe, nos cafés das manhãs, nos alimentou com farinha de milho empaçocada com banana nanica madura, ou então cozinhando banana verde para comer amassada com torresmo de porco. Quem nunca comeu isso, não sabe o que está perdendo!

Vovô Lindolfo sempre dizia que a bananeira é o único vegetal que tem coração, anda e na hora de parir o cacho, geme feito mulher dando a Luz.

Tá com câimbras, coma banana! Tanto frita como cozida, a banana-da-terra é uma delícia. Para criança de colo, banana-branca ou a banana-maçã, estas deixam as crianças com as faces rosadas. Saúde pura! A banana-ouro é a banana que se planta em pé de morro, vive no meio da mata e quando madura nunca cai do cacho; é boa de comércio. Temos a banana vinagre que é roxa, temos a cera, a São Tomé; e pra quem não sabe, existe também grumixé. A banana-prata muitos confundem com a banana-branca e por esse Brasil afora existem muitas variedades de bananas; só tenha cuidado com banana de dinamite.

Robalo, pirajica e até sapinhauá, cozidos com banana verde, o caiçara se acaba no “Azul Marinho”. E mais gostoso ainda é o pirão amassado com banana madura, que se come com cavala, tainha e qualquer outro peixe seco salgado.

Quem não conheceu o “Bananinha” e não conhece o “Tião banana”, não pode se dizer ubatubano.

Tiés, Saíras e Sanhaçus cantam, encantam e vivem grudados em cachos de bananas. Banana seca, banana em caldas, torta de banana e banana de todo jeito. Brasil das bananas e dos bananões. Sinto-me um grande bananão e esse sentimento vêm geralmente depois das decepções políticas. Acho que somos todos bananões, pois confiamos os nossos votos e em troca recebemos um grande bananão.

É isso aí. Viva a banana! Viva as bananeiras! E no aperto da barriga, viva o bananal.

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