De acordo com os últimos números divulgados sobre a economia brasileira, o crescimento de 1,9 do PIB (Produto Interno bruto) no último trimestre, recoloca o Brasil na rota de crescimento. Este resultado é comemorado pela equipe econômica do governo, que apostou no consumo interno, como forma de tirar o país da crise que assombrou o mundo em meados de setembro do ano passado. Lula, que vinha sofrendo sistematicamente desde sua posse, críticas de que no plano econômico, seu governo nada mais fez do que continuar com a política adotada por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, finalmente como que, numa prova de fogo e de maioridade, rasga as amarras que o prendiam ao governo anterior, e acerta em cheio ao apostar no fortalecimento do consumo interno, via renúncia fiscal, como forma de debelar os efeitos devastadores da crise em solo brasileiro. Na verdade, Lula está sendo bastante coerente em sua postura como homem público. Ao transferir os recursos dos impostos diretamente para o consumidor (isenção de IPI), ele mantém o consumo aquecido, movimentando os setores chaves da economia, e ao mesmo tempo redistribui renda, resgatando assim, uma dívida antiga para com o povo brasileiro. O mesmo pode se dizer, pelo menos em tese, sobre a transferência de recursos para a população de baixa renda, via Bolsa Família, Fome Zero etc. Garantindo, mesmo sob pesadas críticas da oposição, renda para as pessoas mais pobres e conseqüentemente o consumo delas, garantindo assim o giro da economia. Apesar das críticas de ser o mandatário de um estado intervencionista e estatizante, o governo Lula acerta a mão ao intervir quase que de forma cirúrgica nos mecanismos vitais da economia brasileira, recolocando-a nos trilhos do crescimento, e pondo em cheque a tese do estado mínimo, tão defendida pelos liberais. A pouco mais de um ano para as eleições, Lula sai mais uma vez fortalecido para fazer seu sucessor no planalto. Apesar das críticas ao seu governo e ao seu partido, o fato é que o país ao que parece, retorna ao crescimento, e junto com as também emergentes Índia, China e Rússia, reivindicam para si um papel mais importante no cenário econômico mundial, não deixando mais que apenas os homens de Wall Street decidam sobre os rumos da economia do planeta.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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