Uma interpretação simplista dos juízes do Superior Tribunal Eleitoral tirou o doce dos suplentes de vereadores em todo o país. Entenderam os magistrados que votamos para suplentes de vereadores e não para vereadores suplentes. É fácil entender: As últimas eleições para prefeitos e vereadores elegeu o prefeito e vereadores suficientes para preencher os quadros do legislativo municipal. Os que ficaram de fora, quando muito, ficaram na posição de suplentes dos que entraram, disponíveis para o cargo caso algum deles, de acordo com seus partidos, ficassem indisponíveis por um motivo ou outro. O caso da nova legislação é diferente. Câmara e Senado estão na iminência de aprovarem lei que amplia o quadro de vereadores em praticamente todas as comarcas do país. Valeu a pressão feita em Brasília pelos vereadores suplentes de todo o Brasil, contudo, o tiro saiu pela culatra. Vão ter que esperar a próxima eleição e se candidatar à vereança como todos os demais. Gastaram dinheiro e muito mais que isso, perderam a esperança de entrar na boquinha, almejada por muitos e atingida por poucos. Aos que estão passando por esse dissabor, convoco-os a uma reflexão. Não seria mais honesto para consigo mesmo procurar uma forma de contribuir para com a sociedade de uma forma mais concreta e menos onerosa para os demais munícipes. Eu digo onerosa porque cada vereador custa uma pequena fortuna para seu município e maioria das vezes esse dinheiro não tem retorno. Existem inúmeras formas de se ganhar dinheiro e ser útil à sociedade, sem que o nosso sustento saia do erário. Ademais disso, o exercício da vereança, hoje, não passa de um exército de pessoas com uma única finalidade: tirar proveito para si mesmo e manter-se no poder. Aos suplentes, reflitam.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
|