Tevê à manivela
Nada menos fiel ao cargo a que lhe foi destinado esse prodígio funcionário e contador de causos perdidos, querido por muitos, desde o século XV, e encarregado de fazer rir reis e rainhas na monarquia, muitas vezes também era o único a criticar a mais alta cúpula sem correr riscos. Onde, no acolhido termo virtual “cortem-lhe a cabeça”, ficamos: “cabeças vão rolar”. E em meio a esse memorável bufão, bufo ou simplesmente bobo, havia aqueles partidários mais invejosos, que blasfemavam do pobre João – de repente, até aquele com cara de boneco, “bobo”, sem braço, porém espertalhão no ócio do seu ofício; interagindo na surdina, fazendo vistas grossas mesmo pra cima do olho gordo e obra de macumbaria. Não fosse assim, qual a graça em divertir na sua populosa rouquidão os demais companheiros (além dos mil, como canta a modinha carnavalesca) espalhados pelo salão. “Pois, sim, depois de uma breve réplica, a tréplica e o que mais?”. Só não vale engasgar no que diz respeito a teoria do “almoçá-los antes que nos jantem”, próxima daquela estória da desprotegida Chapeuzinho Vermelho. (Não fosse a defensiva do spray de pimenta e de quem ela tanto morria de medo...). Considerando-se ainda a invenção dos GPS´s alternativos, localizar esfomeados lobos ficou moleza. Ora bolas, e se tudo isso que digo não é teoria, o que é, hein? Palavras ao ventilador de teto não vale. Nem no respirador a vácuo daquele outro palco nada incomum e que não evacuam em nada. Se a vaca berra, então, o pau... Ademais, temos ainda em liquidação aquela frase do “eleitor descontente procura”? E por onde andará Marta, hein? Disseram que ela foi vista cruzando a fronteira, furando fila; andando a esmo, e sabe-se lá que posição vai tomar. Na onda do deixa disso, da saia justa, a canela pode ser fina mas o sebo é dos bons! Quando se está por cima da carne seca, gozar todo mundo goza! Só não precisamos é rechear muito no chantilly e começar a comer pelas beiradas. E se eu vi primeiro, na telinha, aquela atriz apelidada de “Chocolate”, amei. Logo, se amei, tem dono, tem dono! E veja lá que na falta da cópia o que vale mesmo é o criador e nada de “baseados” em que fatos reais, hein? Aliás, o penúltimo aceno – do Senado – há que vir, não duvide. Que papas na língua eu não tenho, operei e não engoli. Aposentei foi a minha velha mula manca, porque a minha carroça – feito aquela que o Collor excomungou das nossas engarrafadas vias públicas – é mais velha ainda e só pega no tranco. E tome nota que o sistema pode ser falho (e como!), porém, é sempre bom lembrar das tais regras e exceções. Já repetir o erro pela quarta, quinta vez, só mesmo perguntando pros universitários do seo Silvio ou ligar pro Raul Gil no quadro “tira ou não tira o chapéu?”. E como na repescagem de cavaleiros do naipe “Andante Mercadante” não vale mais, a escolha é sua. Cruzes! – do aclamado e acolhido “Cruz credo” – não sobra um e haja vista grossa pra tanta pedra no meio do caminho. Quanto àquela outra, alojada como a mais rara do meu sapato, hummm. Se a rã salta, idem, ela também caminha. E quer outra! Ouvi dizer que pra se tornar um bom vilão, em pleno exercício do poder, tem que ser algo assim do meu, eu, tal. Tal o meu amigo Tel – que é o tal e ponto final. Mas que separar tanto joio no meio de tanto joio, como o trigo passou lá na Bahia... é mirar-se a fundo naquela turma de Absulândia Brazilian (Now). Seja na “Ordem do Dia”, na corte, do intocável Sifu, eles trabalham representando o quê e a quem? E nada de gozação barata quanto ao império das nossas Mc Salsinhas e vai vendo que eu só ando querendo entender. Que a bateria de perguntas do tipo: “E agora? Melhorou? Piorou?” é só pro meu oftalmologista, defendendo o seu. Afinal, alguém não tem que enxergar! Não? Como não? Coisa feia, insubordinação também não vale! Por hora, bobo, não. Em fase de experiência. Secreta, sigilosa. Na manha do bigode do gato e sempre de olho na tribuna das nossas multi línguas nacionais. E ainda que eu não tenha em 100% certo dom (quem sabe das palavras), no futuro, também quero ser Dom – bem longe da globalização e seus malefícios. Quero ser primeirão, nada de fazer muito esforço. “O que, alguém aí no fundo falou em pós ´Era Tecnológica` e o que pode te levar até lá, seguir o exemplo?” Isso pega? Por mais que as minhas molas arreiem, que balancem, ou caiam na tremedeira, tudo pode ser resolvido numa “golada” só. E que o bom bufão, bufo, truão, ou simplesmente o bobo, que venha em sobrelinha. Qual eu não sei, e CANSEI... Em tempo! A propósito de tanta ciência, sapiência, paciência... contamos ainda com aqueles gestos grotescos, burlescos, dedos duros, grampos e megafones acalorados de rumor sobre a ética em decadência? Vai que o referendo dos burros n´água ganhe terreno, ser “Errante, Cavaleiro Mercadante”, bem como pela ordem da “Corte de Sifu”... – Cartão Vermelho? Branco? O que, o gandula do time agora também deu pra apitar, é? Quem apitava não era aquele outro? Olha a tremedeira. Não fosse assim...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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