Atendendo o pedido do amigo Nenê Veloso, responsável por uma série de artigos dos mais interessantes sobre a recente história de Ubatuba, faço um breve relato sobre a Guarda Nacional, isto em razão de algumas das figuras de seus relatos fazerem parte dela. Cel. Ernesto de Oliveira, Capitão Deolindo, e outros da mesma família. Vamos lá: A Guarda Nacional foi uma força paramilitar organizada por lei no Brasil durante o período regencial, agosto de 1831 e desmobilizada em setembro de 1922. Os membros da Guarda Nacional eram recrutados entre os cidadãos com renda anual superior a 200 mil réis nas grandes cidades e 100 mil réis nas demais regiões. A Guarda Nacional tinha forte base municipal e altíssimo grau de politização. A sua organização se baseava nas elites políticas locais, pois eram elas que formavam e dirigiam o Corpo de Guardas que teve relevante papel no recrutamento dos efetivos que lutaram da Guerra do Paraguai. E os nossos guardiões? Onde nasceram? A Guarda Nacional fez sua última aparição no dia 7 de setembro de 1922. A partir daí desapareceu do cenário, contudo deixou resquícios pelo interior afora. Arthur Bernardes, então presidente da República Velha, continuou emitir Carta-patente de oficiais da Guarda Nacional, daí a existência de nossos heróis. Eram diplomas de elevado visual artístico, feitos para impressionar a quem eles tivessem acesso, justificando a intenção de consolidar o poder do patenteado junto a sua comunidade. O diploma do Capitão Deolindo ficava na sua sala de visitas, em sua casa onde hoje é o Supermercado Paulista. Se aqui em Ubatuba essas patentes tiveram pouco significado dado as figuras que o detinham, no nordeste até bem pouco tempo tiveram relevância, principalmente nos grotões do sertão, onde a autoridade era exercida por eles, maioria das vezes com violência e sempre de forma arbitrária. Hoje, os sociólogos modernos fazem uma bem feita alusão aos coronéis no nordeste com os políticos de renome nacional. São os Sarneys, Renans e Collors, ocupantes do Senado Federal e outras áreas da política, verdadeiros expoentes do coronelismo retrógrado que lamentavelmente ainda populam neste país. Fonte: Wikipédia.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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