Tevê à manivela
Depois de tão bem articulado verbete então criado pelo cartunista pernambucano Péricles de Andrade e publicado na revista “O Cruzeiro”, em 1943, colocando um dos seus interlocutores em situação embaraçosa (no caso, eram dois os caçadores na floresta, em ter que matar a onça, acaso ela aparecesse) tal façanha só viria a ganhar terreno nos dias de hoje. Aliás, algo que nunca saiu de moda, e não é preciso ir muito longe, nem mesmo subir aos montes, porque eles, os nossos abnegáveis e “mui amigos” representantes em cenários não muito distantes, eles, isto sim (só não pisque dobrado ou sorria agora), se multiplicam a deriva. Seja dito! Tapinhas nas costas serve mesmo como de massagista em começo de carreira. Instantâneos. Basta uma farrinha e você tem logo que engolir de forma collorida. Ops. E bem dentro do vozeirão do aceno de algum senador que não corre mais o risco de passar por impeachment. Ora bolas, como diria o velho Jânio pouco antes de cair na “marvada” cachaça: “se já o fui, por que sê-lo novamente”? A primeira desce macia, a segunda... bem mais macia ainda! Tanto é que alguns adeptos sequer lembram de como começaram. Sigamos. Daí o resultado daquela inofensiva bichinha pintada pela mãe-natureza e pertencente ao reino dos animais, que tinha seu relógio biológico pra matar a sede. Algum índio ia lá se meter a besta (como conta a história) de se aproximar da fera nesse sagrado momento? E de algum louco de se indignar em perguntar do cão que late e que não morde!? Em certos casos é olho por olho, dente por dentadura, pois temos alguns treinados e obedientes que mordem – e muito! Como é o caso do outro reino daqueles seres desprovidos de cauda (algo que também pouco antes da “Lei do Bafômetro”), e que não tem nada a ver com o matemático Arquimédes, que vivia fazendo contas antes de ir bebericar com os amigos aquela famosa gelada no final do expediente, bom... Pois, sim, nem é bom falar dos anéis de Saturno! Como já estão chegando a Marte, vai que alguma comitiva deputadíssima queira aventurar-se em carregar outros pesos e medidas em pleno espaço, só para garantir o bem estar da sua árvore genealógica, bem como de sua clã, não duvido. Acalmem-se, afinal ninguém está livre de correr o risco em ter que adotar algum “deles” no próximo calendário eleitoral. Mesmo que anonimamente não escapamos do imprescindível e mágico momento do “Confirma”. Confirma, mas engole enquanto está quente, porque depois da bronca do “ponto ou banca, quem cobre o lance, paga a conta ou cobre a rodada”, tudo fica sempre na ponta do lápis, digo, do dedo. Confirmou? – “Como é que não reconheci Sicrano, agora tão diferente na foto, tão amigo da, do, ...”. Vá lá. Não é só padeiro que queima a rosquinha, não. Essa é de doer e eu quero contribuir com a próxima verba indenizatória antes que iniciem um novo capítulo nesta longa história onde a diferença entre o mocinho e o vilão deixa sempre o telespectador na dúvida. Roer as unhas não resolve. Os brutos também amam e por hora, ora bolas, eu enxaguo as minhas mãos. Que a picadura, idem, não é só a do mosquito. Ou por acaso já esquecemos daquela do Mário! Vale a terapia do choque? Das fitas métricas que doravante vão passar a medir não só o tamanho do rombo, como das palavras mal empregadas na folha de pagamento? Será que algumas mudanças de atitudes precisam de uma enorme motivação para acontecerem? Do latim “haja sacus”, aonde é que vamos parar com tantos reajustes e eu já ando é pensando em participar de alguma telenovela nacional onde as enormes somas em “verdinhas” é que se empilham aos montões. Os ricos – dos outrora brutos – também amam. Dos 15 anos do real ficamos é no imaginário. Cedo pra desanimar? Justamente agora que está ficando tudo a limpa, uhuuu!, e em nome daquele avô – sim, do “linha direta” com o Senado – pediu, chegou! (Favor não confundir com o Sedex). E quer outra? Bobeou, nosso lixo empilhado em gigantes contenderes volta da Inglaterra até de submarino e ninguém percebe. Ou não temos tecnologia de ponta pra despejarem aqui o que quiserem? Se a bichinha bebe, digo, a pintada, eu também quero beber. Tragam a minha pra mesa. Mesmo que no sufoco, pau é pau, pedra é pedra e não tem São Benedito que duvide. O Tomé anda é de férias prolongadas. Na troca do óleo, bom, tenha dó na hora de bombear na dosagem certa. “O que, trabalhar de graça pr`aquela turma toda? Ora, pois, se já não trabalhamos, sem sequer interferir no assunto”... Via de regra, e em dezenas de outros causos, vão-se os dedos – principalmente pra quem adora fazer a conta dos nove – ficam os anéis. E nada de querer piratear ou apostar no paralelo que algum dia vão mudar o cenário da mais pura “Torre de Babel” que paira sobre tão farto “Moneyduto” em Absulândia Brazilian (Now!). Contratar mais intérpretes e “experts” no assunto pra que, hein? Como estamos todos rodeados – e bem entre amigos – na mais santa malvadeza do assunto – engolir um ou dois sapos a mais não vai doer tanto assim. Principalmente quanto na leveza do ser de um outro alguém que, ao coaxar e (as)saltar fora do brejo, jura que engole menos ainda. - Mui amigo!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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