26/11/2024  13h16
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
COLUNISTA
Julinho Mendes
28/07/2009 - 07h03
Dudubebe e a barata cabeluda
 
 
Descobrimento do Brasil - Capítulo VII

Ficou faltando saber do paradeiro do Silvimbebe, do jacu, do gambá e do jeguinho.

Então vamos lá...

Silvimbebe pega uma rua sombria, cheia de oliveiras e se depara com uma edificação rochosa, um imenso muro de pedras com algumas janelinhas gradeadas. Sem perceber que se trata de um presídio, segue faceando o muro quando de repente ouve gritos aterrorizantes... Curioso decide investigar o porquê de tanta violência. Chega à portaria do presídio e pergunta a um guarda:

- Por que esses gritos, senhor?

O policial responde:

- Estamos executando um condenado. É ordem do Rei Bigode!

- Mas por que tanta demora? Estou ouvindo esses gritos há mais de duas horas.

- É que ele foi condenado à cadeira elétrica e como estamos num APAGÃO, somos obrigados a executá-lo à vela.

- Isso não é possível! - indignado Silvimbebe pensa em conversar com o Rei.

- Como posso falar com o Rei? - pergunta Silvimbebe ao guarda.

- O rei anda muito ocupado.

- Fazendo o que?

- Enchendo um caminhão de telhas!

- Por quê?

- Porque a ONU pediu para ele dar cobertura na guerra do Iraque!

- Ah bom!

Silvimbebe aproveita que descobriu o presídio, pergunta então sobre os portugueses gêmeos João e João. O policial responde que os irmãos Cabral ainda cumprem sentença no presídio.

- Que sentença foi dada aos Cabral? - pergunta Silvimbebe.

- A sentença dada pela corte real foi leve, os Cabral teriam que trocar oito lâmpadas do presídio que estão queimadas, aí estariam livres.

- Só isso?! Mas já era para eles estarem livres.

- Pois é! Mas ainda não terminaram o trabalho, já faz UM ANO que estão nesse serviço.

- Quando é o dia de visita?

- Amanhã!

Já era tarde, Silvimbebe se despede do guarda e volta todo contente para contar a novidade aos familiares... Nessa volta presencia novo acidente com outro caminhão de gás que toca aquela musiquinha; o caminhão fez a curva e os músicos caíram para fora do caminhão, os músicos agora eram de uma banda folclórica portuguesa muito conhecida, de nome O Guaruçá – folclórico e alegórico.

Enquanto ele volta, dá tempo de contar o que se passa com o jacu e o gambá. Muito bem!

O jacu estava cansado e ficou fazendo companhia ao gambá, que tentava dormir no sótão de uma casa abandonada. O gambá ficou puto da vida porque nesse sótão tinha três morcegos que não o deixaram descansar sossegado. Aconteceu o seguinte:

Dos três morcegos, um era italiano, o outro espanhol e o terceiro português.

O morcego italiano saiu em retirada, deu um rasante, voltou com a boca cheia de sangue e disse:

- Vocês estão vendo aquele cavalo ali?

- Sim estamos! - responderam os outros dois.

- Fui eu que chupei o sangue dele...

Os outros dois morcegos, abismado disseram:

- Ohhhhhh!!!

O morcego espanhol saiu em retirada, deu um rasante, voltou com a boca cheia de sangue e disse:

- Vocês estão vendo aquela vaca ali?

- Sim estamos! - responderam os outros dois.

- Fui eu que chupei.

Admirados, os dois responderam:

- Ohhhhhhhhhhhh!!!

Então o morcego português saiu em retirada, deu um vôo rasante, voltou com a boca cheia de sangue, e disse:

- Vocês estão vendo aquele MURO ali?

- Sim estamos! - responderam os outros dois morcegos.

- Eu não vi e preguei a cara. (Coisa de morcego português.)

O jegue também tem a sua história. Atraído pelo cheiro de grama, entrou num campo de futebol... Acontecia uma partida de futebol entre a seleção portuguesa e a seleção italiana. O jogo valia a classificação de Portugal para a copa do mundo. O jogo estava zero a zero, resultado este que classificaria a seleção italiana. Faltando dez segundos para o encerramento da partida, a equipe italiana comete um pênalti. Na hora de cobrar o pênalti o goleiro italiano fica fazendo guerra de nervos contra o artilheiro português. Ele dizia:

- Se chutar na direita eu pego, se chutar na esquerda eu pego, se chutar no meio eu pego, se chutar no ângulo eu pego!!!

O artilheiro Ronaldinho Português, conhecido como mela cueca, tranqüilamente pega a bola põe na marca do pênalti e manda seus companheiros irem para trás do gol, assistir o grande lance.

O goleiro italiano continuava com sua guerra de nervos contra o português...

Ronaldinho mela cueca, tranqüilamente responde ao goleiro italiano:

-P ega nada, eu vou te enganar.

Faltando um segundo para terminar o jogo, Ronaldinho mela cueca corre e propositalmente chuta a bola para fora e diz ao goleiro italiano:

- Eu não falei que ia te enganar?!

Essa nem o Jegue, que também era português, agüentou... Voltou desesperado, querendo retornar ao Brasil, aliás já estava colocando a canoa no mar, quando chegou o grupo indígena, parecendo que fazia um desfile de modas. Claro! As vestimentas foram criação de Isaiasbebe!!!

Novamente reunidos, a família Bebe, o jegue o jacu e o gambá, cada um conta suas hilariantes aventuras ocorridas na terrinha; o que foi uma grande comédia; parecendo o senado federal.

No dia seguinte nem bem o galo cantou e a tropa Tupinambá já estava na porta do presídio para visitar os amigos portugueses, os gêmeos João e João.

O galo cantou nove horas da manhã, isso porque, o bicho dormia de cabeça para baixo, feito morcego e em sua frente tinha um relógio; quando o relógio marcava 9, o galo entendia 6 e era aí que ele cantava, acordando todo mundo.

O portão do presídio foi aberto três horas da tarde, isso porque, o guarda que tinha essa função, depois que o galo cantou, foi ao banheiro... fez as necessidades e como não tinha papel, ficou lá sentado no trono pensando em um dia ser o Rei de Portugal... O diretor do presídio vendo a demora do porteiro, foi saber o motivo:

- Oh, Manoel, tu estás te sentindo bem? Por que demoras tanto?

- É que aqui não tem papel higiênico!

- Mas, Manoel! Por acaso você não tem LÍNGUA?

Manoel responde:

- É claro que tenho, mas não sou contorcionista!!!

Foi uma dificuldade danada pr’aquela tropa toda fazer a visita aos irmãos Cabral porque o porteiro não queria deixar o jegue entrar...

Como todo baiano é inteligente, aliás, dizem que baiano burro nasce morto; Quincasbebe, “o abaianado indígena”, teve a seguinte idéia:

- Vamos fazer o jegue entrar de ré.

E assim fizeram... O guarda Manoel, o mesmo do banheiro, vendo o jegue entrando de ré, pensou que o bicho estava saindo... O gambá teve que ir agarrado no rabo do jegue, o que causou certa estranheza ao guarda, fazendo-o pensar que o jegue tinha dois rabos; esse pensamento foi atropelado por outro: “Como o jegue andava de ré, tinha que ter dois rabos, um para dar seta à direita e outra à esquerda.”... O jacu foi fácil entrar no presídio: entrou imitando o galo.

Nesse dia não tinha o APAGÃO. Dentro do presídio a família Bebe teve que assistir a uma terrível execução de três condenados à cadeira elétrica; “um árabe, um russo e um português.”

O carrasco disse que cada um tinha direito a um último pedido.

O árabe foi o primeiro.

- Muito bem, qual seu desejo?

- Quero rezar pra Allah... - e assim foi... - Allah, Allah...

Na hora da morte, o carrasco ligou a cadeira, e nada.

- Muito bem! Allah te salvou, pode ir, estás livre.

Veio o russo.

- Qual é o seu desejo? - perguntou o carrasco.

- Bom, se Allah ajudou ele, eu também quero rezar para Allah.

- Allah, Allah...

Ligou a cadeira elétrica... E nada!

- É, você também teve sorte! Allah te salvou, pode ir, você está livre.

E veio o português, todo sorridente.

- E você, vai querer o que? - perguntou o carrasco português.

- Eu quero rezar para Allah também, quem sabe ele me salva!?

- Então reza.

Então rezou o português:

- Allah, Allah... Alá a TOMADA DESLIGADA!!!

Virou carvão!!! Uma cena que deixou os tupinambás abestalhados...

Seguiram à procura dos irmãos Cabral... Passaram por um salão e ouviram aquela falaria danada: “Vai! Agora! Força! Uhhhh!... Não dá! Chama mais 300 internos...”

Parecia que estavam empurrando uma carreta carregada com sacos de cimento morro acima. O que acontecia era o seguinte: “601 presos tentavam bater um prego na parede. Um segurava o prego e os outros 600 tentavam empurrar a parede”. O jegue ficou puto com seus conterrâneos, encheu o peito e deu o seu espalhafatoso berro... espalhou preso pra todo lado, tinha nego até pro lado de fora do presídio. O jacu pegou o prego com o bico e o gambá bateu com o rabo. Resolveram o problema dos presos portugueses que em seguida foram libertados, por cumprirem a sentença, dada há cinco anos atrás. (Coisa de português.)

Passado esse fabuloso fato, acontece outro, mais fabuloso ainda: “Uma barata cabeluda cruzou correndo o corredor e atrás dessa barata, vem um português, servente do presídio, atirando nela bolinhas de naftalina. Dudubebe vê aquilo e dá um grito. O português, com óculos fundo de garrafa, pára e reclama:

- O que foi bobão?

- Por que você está correndo atrás de uma barata?

- Ô bobão! Não tá vendo que estou matando barata?

- Mas com esse saco de naftalina, você mata um milhão de baratas! - retrucou Dudubebe.

O português, firmemente em sua palavra, responde:

- Mata o senhor que tem boa pontaria e não usa óculos!...

A barata entra num quarto sombrio, seguido pelo português, que é seguido pelo curioso Dudubebe... Do jeito que entrou, Dudubebe volta apavorado com o que viu nesse quarto. Estavam lá dois esqueletos, que deixa o indígena, como sempre curioso. Dudubebe então pergunta ao português da barata:

- De quem é esse esqueleto?

Responde o português:

- É do pai de Camões!

- E esse menorzinho aí ao lado?

- É o esqueleto do pai de Camões, quando criança!

Ennnnfim, você percebe???? Coisa de português.

E não percam, na próxima semana, o último episódio da tribo de Dudubebe em Portugal.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
ÚLTIMAS DA COLUNA "JULINHO MENDES"Índice da coluna "Julinho Mendes"
04/11/2022 - 05h45 Impávido cara-pálida
19/09/2022 - 06h08 Não esqueçamos...
15/08/2022 - 06h22 A educação e a mendicância
17/09/2021 - 06h30 Analogia Luso-Tupinambá
30/10/2020 - 06h41 Renovos tempos - O nosso boi renasce do mar!
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.