Tevê à manivela
A cantiga de roda pode ser das mais antigas, mas que sempre bem cantada pelas nossas fiéis genitoras plantonistas, desde os saudosos berços de ninar, disso ninguém pode duvidar. Principalmente na hora do medo e do que realmente pudesse pegar a pobre criança abandonada ao mundo da insônia, acaso não fechasse as pestanas antes que a “família trapo” entrasse no ar. Pra tudo tem sempre uma hora “H”, verdade? E com direito a prorrogação dentro e fora de uma simples xícara de açúcar ou pelada no quintal da vizinha. Em rodas de fogueira, um Deus nos acuda! Até aí a mais alta fidelidade existia, mas já saindo de mansinho... pra dar lugar a nova geração de “bonequinhas de luxo” (do tipo Audrey Hepburn, 1961) ou ao pecado que sempre mora ao lado (também do tipo Marilyn Monroe, 1955). O que, dentro de outros setores nada distantes dos nossos olhos – por mais míopes que sejam – tem causado pânico até mesmo em travesseiros de madeira. Quando a coisa começa a partir pro lado da envergadura diplomática não tem vossa excelência ao microfone que resolva. Nem mesmo pelo fio do bigode. E pra que ir tão fundo, cortar na carne, eliminar um dedo, ops, distribuir camisetas Obamania, investigar Fulano, que só tinha uma renda mínima, na Suíça, coitado, e justamente agora em poder reforçar que o “Ouro Negro” é (ou era, e seria) nosso? Se tudo está tão às claras, digo, às escuras... Vamos lá cavar outro Petrosal na saliva alheia, é? Viram no que deu o caso “Edimar Castelinho Moreira”? Um lixe-se a preço único. Novidade? Ainda bem que essa pizza só ameaçou ir pro forno – com o gás devidamente desligado, né? Aliás, a roda não roda? E quem mais, hein? Dou-lhe uma... No futuro, esse aí adeus dará ao seu quinhão perto do novo milhão e dos futuros perdões. Nada de fazer uso da versão ampliada dos “três porquinhos” nem na (re)contagem dos carneirinhos, por favor, que brincadeira tem hora. “H”. Ainda mais em sessões extraordinárias! Sorria, você está sendo checado. Aparelhos GPS´s agora tem em todos os formatos. E só não me perguntem por que Ali-ba-bá não quis dar as caras hoje pelo Plenário para passar as vistas grossas na pauta do dia! “Yes, nós engolimos bananas!” Agora, assistir novamente ao CD pirata (recém batizado de genérico): “Quem tem medo de Virgínia Woolf”, 1966, com a Elizabeth Taylor e o Richard Burton, é querer desenterrar defunto muito velho, mas que não perde sucesso. Só não façam tantas honras pra livrar as verdadeiras “honras” daquela Casa que merece, como já maldaram por aí, segurança máxima. E não me venha com essa de que só porque o seu teclado é invertido que você tenha de escrever tudo ao contrário. Ser Nerds, às vezes, Joãozinho, vale como um estado de espírito. “Não sou obrigado a saber de tudo. Não me lembro e pronto!” Ora, e vou lá me meter a besta, idem também, de perguntar com quantos paus se faz uma canoa? Com tanta vigilância, o melhor é comprar tudo pronto. Tô pagando... Aliás, não dizem por aí que tem aquela parte seleta de brasileiros que gosta de encontrar sempre o prato feito? Salvo infinitos casos, mas que prato, hein? Aquele do 1 real e que o suco sai na faixa? Como é que manda mesmo o figurino? Vá lá de começarem a produzir em série o “político alternativo” e no que vamos arrumar pra cabeça! Com essa liberação de internet toda ando mais é com as minhas juntas soltas. E que, pra você poder participar de um pit stop televisivo hoje em dia, não está tão difícil assim. Pois, sim, ia me esquecendo: Com o (e)leitor, eis a novíssima CPI! (Será que vai ter concorrência entre as emissoras pra ver quem dispara no ibope!? Paredão não vale! Tirar um pouco mais dos pobres e dar aos ricos não pode piorar mais na ponta do lápis nem aonde é que fica. Se pelo bom e “Mc Pastor” – de ovelhas – ou se pelo “homem do baú”, a preferência é nacional). Ademais, como agora o forte do tema fica a mercê do “toma que o partido é teu”, chega mesmo a causar inveja perto da teledramaturgia com que nossos representantes disparam bem longe daquela outra das telenovelas brasileiras. Ganha de qualquer Tarcísio, Glória Menezes, Antonio Fagundes e Tony Ramos que se preze. E, “eu entendo, Roberto, eu até que entendo”. Fora as emoções, tem coisas que quando tocam, tocam a fundo. Não fosse o caso de tantos gabinetes, endereços incertos, tantas excelências por natureza... Entrou na roda, grife-se isso, basta tentar adivinhar nos quadradinhos das enquetes globais o que mudou no rumo da prosa dessa história.
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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