Tevê à manivela
- Atos Secretos, sim, senhor! Afinal, sabia ou não sabia, ou seria algo que girou em torno das tais vistas grossas ou até por baixo do olho fechado do pobre e irreconhecido, óbvio que por seus atos prestados ao país, mister Magoo? Cisco Kid não vale! Fio de bigode, menos ainda. Tudo isso perdeu terreno, virou só uma vaga lembrança de cow-boy mexicano próximo de uma excelentíssima excelência ter que “sentar” pra responder. Sentar aonde mesmo? Mas... e agora José? E agora você? Falar por aqui numa só linha do Kibe Loco é querer fazer mershandising em cima da mais pura acidez, diga-se lá, perto dessa nossa mal sapeada e santa malvadeza. Precisamos de mais algum dispositivo? O que, converter algum outro elemento neutro (talvez na condição de humano) à álcool, frente ao nosso popular biodisel, é como desejar redobrar o uso do bafômetro na hora de pedir a conta. Só me faltava essa, e muito bonito, sim, senhor! Que de juras de boa fé, se para mais ou se para menos, grave-se isso, só mesmo pro meu fiel escudeiro Juracy e não importa em que time ele jogue. Vestiu a camisa e já morre de amor pela empresa, principalmente quando o patrão diz que está havendo contenção de despesas, cortes, algo que vai passar, vai melhorar e tudo volta nos eixos... Um presentinho pra sua mulher, pras crianças, não é nada além de uma lembrancinha perto do tempo que passamos juntos... Valeu! Putz, e como valeu! Quando se está em campo, nem se fala! Entendeu o espírito da coisa? Do pingüim em si, e ora bem confinado em cima da geladeira, a gente fala em oportunidade futura. Ou, como ainda de outro alguém sequer querer ficar mais a par da pedra no meio do caminho, por certo enxergada apenas pelo imortal Carlos Drumond, ele só esqueceu de que também havia uma pedra no calcanhar de Aquiles. O que certamente nunca se tratou apenas de uma, mas de uma pedreira inteira na hora do estouro. E agora como passou a ser oficial dizer por aqui sobre a não votada ”Transparência Zero”, sem precisar passar por nenhuma mesa de plenário, essa árvore genealógica tinha que dar muitos frutos. Nada de maldar da “seca financeira”, da via das dúvidas, das dívidas e outras cargas d’águas mais. E por favor, já estamos por aqui... Noutro sentido, não fosse a “Lei do Silêncio” ou daquela conversa mole ao pé do rádio – pra quem se lembra da famosa sucessão-vice dos findos anos 80’s – melhor que não tivéssemos saído nem por um tiquinho do “gatilho salarial”, dos Cruzados – pouco importando se de direita ou esquerda. Valem as abobrinhas perto do princípio básico, “se colar, colou?” “Brasileiros e brasileiras...”, além da vírgula, por minúscula que seja, quem não tiver culpa no cartório ou no tribunal das contas (óbvio que fantasmas), que devolvam as primeiras cédulas! - Atos Secretos, sim senhor! E não duvidem que até já cantaram ao pé do meu ouvido que esse meu teclado ainda vai custar meu espremido real. Que depois dessa nova encenação toda o que é que eu vou fazer da vida, hein? Me ajudem, meus caros, futuros e prósperos (e)leitores. E coisa que não duvido é que a recolhida vassoura de piaçaba do Jânio Quadros logo volte em cena. “Vai trabalhar José, vai ser homem público, siga o exemplo de Sicrano e de Beltrano, haja na surdina, se um dia te pegarem, diga que não sabia. Não andas meio que (des)cansado da vida pública?”. Vá lá. E veja lá também que, no fundo, no fundo, se vou querer lembrar do prato servido na penúltima ceia! E já que os “300 Atos Secretos” passaram dos limites, não seria hora de começar algo novinho, em folha? E como penso (e muito!) no uso-custo, e nos frutos, dos meus sucessores, logo, não resisto. Vai vendo! Que eu não quero mais ser a bola da vez. Cuscuz a gente come é com as mãos. Isso não existe, nem parece. A queda do (meu) nepotismo não queda tanto assim e ouvi dizer que os autores das nossas telenovelas brasileiras andam mais é pensando em tamanhos “extra-grande” quanto aquele adereço que alguns personagens usam, e pensam em vã consciência global, que ninguém morou na jogada. E sem querer envolver mais ninguém nesta história, pelas barbas de quem mesmo? Desse filme eu já assisti e dessa novela (igual aquela da minha vida) não perco um só capítulo. Aliás, se não é nada disso o que você está pensando tão perto do pecado que sempre mora ao lado, digo: “se essa crise fosse minha eu mandava era ladrilhar!”. Com as tais pedrinhas, né? E vou lá querer saber de lista, atos ou de como meu netinho foi empossado? Só não mexam com os meus pobres e estimados passarinhos? Ora, se não me faltasse mais essa, nem pelo fio do meu bigode ando é sabendo. - A conta, por favor!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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