Estava a pensar numa mulher. Que mulher seria? Minha mãe que me amamentou? Que me deu carinho? Que me ensinou? Minha avó que me protegia? Que me passava conhecimento e sabedoria? Minha mulher esposa que me ajudou a crescer e ter no futuro companhia pra velhice? Minha mulher filha, espelho de um espelho que fui eu, a procriar a continuidade da humanidade? Pensava na mulher mãe de Deus, em Nossa Senhora Aparecida, em Santa Terezinha e Santa Clara, madre Tereza de Calcutá, madre Maria da Glória. Pensava em tia Helô, em dona Ophélia, Zenaide. Pensava em Idalina Graça, Maria Vitó, Vovó Malvina, Vovó Bertolina, dona Capitulina com seu carrinho-de-mão cheio de lenha, pensava na Sebastiana Arrepiada, na parteira tia Zelinda, nas benzedeiras dona Glorinha e Pitiá. Pensava nas mães crianças gerando crianças e jogando no mundo sem dono. Pensava nas prostitutas, nas aeromoças, nas garis, nas enfermeiras, nas professoras, nas juízas... Pensava na mãe natureza que de seu ventre jorra água que alimenta os filhos da terra. Ubatuba com todas suas belezas, Deus, só pode ser mulher! Mulher de fibra, inteligente, guerreira, artista, romântica, poetisa. A lua é mulher do sol, que aparece, que some, que cresce, que mingua, que ilumina, e que em brincadeira eclipsa por trás da terra escondendo-se de seu amado. Mulher, mulher, mulheres. Por que não somos governados pelas mulheres? Pra não termos políticos homens corruptos e ladrões, já está mais do que na hora de votarmos e sermos governados pelas mulheres. Viva as mulheres!
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